Vamos falar sobre esta foto?

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Foto: Erik Jennings Simões

Da Redação/opinião

A foto do jovem indígena, de 24 anos, que caminhou na floresta por muitas horas, levando seu pai (de 67 anos) nas costas para ser vacinado contra covid, correu o mundo. O registro fotográfico foi feito pelo médico Erik Jennings Simões, no Pará.

Mas falemos um pouco sobre o que o jovem Tawy nos ensina?

Primeiro, uma obstinação clara, de carregar por horas outra pessoa num terreno tão difícil (por mais que ele o conheça bem). Segundo, um respeito inquestionável, misturado com cuidado e atenção que o jovem mostra pelo ancião. Terceiro, evidente a preocupação do jovem de prover vacina, para garantir a saúde do pai.

Pois, então, quem disse mesmo que indígenas deveriam aprender a cultura do “branco”? Aliás, reformulando a questão: quem nunca pensou assim em algum momento da vida?

Porque, para sermos justos, essa impressão – de todo equivocada, vamos já pontuar – de que o indígena é de alguma forma inferior ao “branco” deve ser revista, revista e revista mais uma vez. Porque enraizada em nossa cultura “branca”.

O respeito que existe entre os indígenas e as terras que ocupam, sim, deveria ser reproduzido pelos “brancos”. Não à toa, ecologistas defendem que as reservas indígenas permaneçam protegidas contra invasão, garimpo e desmatamento. Por quê? Porque os indígenas são naturalmente defensores do meio ambiente.

Exatamente. São os defensores da manutenção da qualidade de vida que conhecemos no mundo. Infelizmente, o “branco”, com toda sua empáfia, não enxergou a sabedoria dos povos originários brasileiros.

Efetivamente, pouco aprendemos com nossos povos indígenas. Falta, certamente, alguma sensibilidade de nossa parte e, com certeza, uma dose de inteligência. Única explicação para não enxergar (ou não querer ver) como os “brancos” estão em trajetória errática quanto a valores fundamentais de sociedade e respeito com nosso planeta.

Que tal aprendermos um pouco com Tawy?

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