Brasileiro consome, em média, cerca de 450ml de leite ao dia

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Índice se encontra muito abaixo do recomendado para boa saúde dos ossos, apontam especialistas

Segundo a última pesquisa sobre consumo de leite publicada, em 2019, pela Embrapa Gado de Leite, uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o brasileiro consome, em média, 166,4 litros por ano por habitante. O valor, que corresponde a 455ml/dia, apresenta-se abaixo do índice recomendado por especialistas. Para uma boa saúde óssea, o ideal seria um consumo de 750ml da bebida por dia.

O leite e seus derivados, como queijos e iogurtes, são as principais fontes de cálcio da alimentação. Ele é um nutriente fundamental para o corpo humano. Atua na constituição dos ossos, em funções estruturais e reguladoras, nos tecidos musculares, no fortalecimento dos impulsos neurológicos e na coagulação do sangue. Para um adulto, recomenda-se a ingestão diária de 1.000mg da substância. Sua carência pode levar ao desenvolvimento de doenças ósseas, como a osteoporose, caracterizada pela fragilidade óssea, causando fraturas.

“As pessoas podem escolher entre um copo de leite desnatado ou integral, a mesma porção para um iogurte, ou uma fatia grossa de queijo branco, por exemplo. Alguns vegetais como brócolis, agrião, gergelim e linhaça também são fontes de cálcio. O ideal é consumir os alimentos de sua preferência, mais naturais possíveis”, ressalta a nutricionista Iana de Araújo.

O consumo deve começar ainda na infância, com o leite materno. Considerado único, ele é recomendado, de forma exclusiva, até os seis meses de idade pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo Ministério da Saúde. “O aleitamento materno traz benefícios tanto para o bebê quanto para mãe. Dentre eles, evita-se o risco de alergias e quadros de infecções para a criança e protege contra o desenvolvimento de câncer de mama na mulher”, salienta a nutricionista Adriana Carvalho.

Consumo adaptável

A endocrinologista Maisa Monseff reforça que a espécie humana é a única que bebe leite mesmo após o desmame. “O que pode ocorrer em alguns casos é a diminuição da produção da lactase, enzima que digere a lactose, principal carboidrato do leite. A principal consequência é uma digestão incompleta, causando inchaço abdominal e gases. Essa deficiência pode se apresentar de formas diferentes de acordo com sua gravidade. Entretanto, isso pode ser facilmente contornado com o consumo de produtos zero lactose, ou produtos fermentados”.

Há muitos mitos sobre os malefícios que a bebida causa no organismo humano, como a inflamação, por exemplo. Iana ressalta que o contexto influencia muito em casos como este. “Pacientes com alergia à proteína do leite podem ser prejudicados quando o produto é ingerido, mas não há evidência científica que mostre que a ingestão de leite e derivados tenha este tipo de efeito em nosso corpo”, conclui.

Mitos e verdades sobre a bebida

Para esclarecer as dúvidas e conversar sobre os mitos e verdades do consumo de leite e derivados, as nutricionistas Iana de Araújo e Adriana Carvalho, juntamente com a endocrinologista Maisa Monseff, fizeram uma live no Instagram da ABRASSO (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo).

A transmissão faz parte da série de lives promovidas pela entidade, através do perfil @abrassonacional. Uma vez por mês, médicos especialistas levam à rede social temas sobre metabolismo ósseo para serem discutidos ao vivo. Quem se interessar, pode assistir a live completa no endereço: https://www.instagram.com/p/CZagfYUogt5/.

Maisa Monseff possui residência em Clínica Médica pela UEL (Universidade Estadual de Londrina-PR) e em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da FMRP-USP. Tem título em Endocrinologia e Metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM). É doutoranda em Osteometabolismo pela própria USP Ribeirão Preto (SP) e membro do departamento de Jovens Pesquisadores da ABRASSO.

Iana de Araújo é nutricionista graduada pela FMRP-USP, mestre e doutora em Ciências pelo Departamento de Clínica Médica e pós-doutoranda e professora colaboradora do Departamento de Clínica Médica da mesma universidade.

Adriana Carvalho é nutricionista formada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com mestrado e doutorado em Ciências pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).

Fez também pós-doutorado em Metabolismo Ósseo no Maine Medical Center Research Institute (MMCRI). Atualmente, é professora no Curso de Nutrição e Dietética da Escola Técnica Estadual “José Martimiano da Silva” (Etec – Ribeirão Preto).

Sobre a ABRASSO

A ABRASSO representa a união das três principais sociedades médicas dedicadas ao estudo da osteoporose e do osteometabolismo no Brasil: SBDENS (Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica), SOBEMOM (Sociedade Brasileira para Estudo do Metabolismo Ósseo e Mineral) e a SOBRAO (Sociedade Brasileira de Osteoporose).

Criada em 2011, conta, hoje, com cerca de 1.500 associados de diversas especialidades médicas, além de outros profissionais da área da saúde, que têm a missão de difundir o conhecimento cientifico, estimular o ensino, a pesquisa e realizar ações preventivas junto à população. (MDOV Comunicação e Marketing Digital – Site: www.milagredoverbo.com.br) 

 

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