Teste o seu Português (738)

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Prof.ª Dr.ª Terezinha de Jesus Bellote Chaman (*)

Terceira idade marca presença no Jornalismo Literário.

Idade madura em olhos, receitas e pés, ela me invade com sua maré de ciências afinal superadas. Posso desprezar ou querer os instintos, as lendas, descobri na pele certos sinais que aos vinte anos não via. Eles dizem o caminho, embora também se acovardem em face a tanta claridade roubada ao tempo. Drummond (1980, p. 19 – 20).

Gustavo de Castro, um dos organizadores da instigante obra Jornalismo e Literatura, propõe o acordo entre os discursos jornalístico e literário, defendendo a ideia de que:[…] a retórica do discurso jornalístico (posto que todo dizer requer sua retórica, implícita ou explícita, formal ou informal) é, em muitos casos, essencialmente coincidente com a do discurso literário. Com efeito, se a ficção própria da literatura a exime das provas comprobatórias e se baseia mais em um pacto estético do que em um pacto ético de credibilidade (como acontece com o discurso jornalístico), podemos estar diante de ficções fantásticas (nas que o conteúdo funciona de modo muito distinto ao mundo em que habitualmente nos encontramos inseridos) ou diante de ficções realistas (nas que a retórica do discurso funciona, seguindo os velhos postulados da verossimilhança aristotélica, como se se tratasse de um discurso factual).
Temos que concluir esta reflexão preliminar do que há de ser, no futuro, uma mirada aberta e crítica a duas das atividades humanas mais essenciais: o jornalismo, como mediação com um mundo que sentimos cada vez mais próximo e mais nosso, deve atender ética e esteticamente aos requerimentos de uma nova humanidade em flor; a criação literária, enquanto indagadora dos desejos e temores, das ilusões e esperanças dos seres humanos, há de nos seguir recordando que formamos parte de uma única e mesma humanidade, na qual sobrepondo-se a circunstâncias de tempo e lugar, todos compartimos essa raiz do essencial humano (1996 apud CASTRO; GALENO, 2002, p. 24-25).

Jornalistas e escritores são seres partícipes do mesmo universo: o da narração. Descritores de fatos, coisas, cenas, lembranças e ideias, vivem de contar e escrever histórias. Vivem da “arte de narrar”, labor irreprimível, que torna o exercício da escritura necessário à construção objetiva do mundo e à construção subjetiva de si.

Eis aí a sedução da palavra: Jornalismo e Literatura. Trata-se de superar fronteiras. Trata-se de entender que a arte literária necessita buscar novos territórios para se criar. É a demanda do jornalismo contemporâneo. É a sedução primitiva da linguagem. Jornalismo: no lugar de manipulação, a sedução. Em vez de persuasão, construção de imaginários. O imaginário transborda o racional, não pode e não deve ser represado, faz-se de assimilação e de coerção, de antropofagia e de novos cozimentos. O jornalismo como desvelamento, a cobertura como descobrimento. O jornalismo funciona por meio de técnicas (coleta de dados, construção de notícias, elaboração de uma versão dos acontecimentos) e de tecnologias (meios de transmissão). O uso das técnicas interpela o acontecimento e o sujeito desse acontecimento. A técnica, segundo Heidegger, não é apenas um meio, mas “um modo de desvelamento”. Quem interpela é interpelado.

Elegemos a matéria – Contaminada pela vida – veiculada no Jornal O Estado de S. Paulo, no Caderno Aliás, à p. 08, em 30/11/2008, com a finalidade de ousarmos uma análise Semiótica do texto, tendo como suporte a Semiótica francesa. Trata-se de contracapa destinada ao “jornalismo literário”, conforme aponta Mônica Manir, editora do Caderno Aliás.

Narrativa do vivido, narrativa da existência, discurso polifônico feito pelo conjunto de vozes e de pontos de vista do personagem e do narrador. Juremir M. da Silva assim se pronuncia:
Balzac, Zola e Flaubert estão entre os grandes precursores das narrativas do vivido, que podem ser resumidas como uma dialógica do imaginário social e de seus dispositivos de capilarização no tecido comunitário. Quer-se tecer junto o hipertexto social. Cada grupo ou indivíduo é um link (2003, p. 80).
Obs.: Matéria continuará na próxima edição.

Teste o seu Português:

01 – Ao fazer um brinde:
a ( ) Você bebe a saúde de alguém?
b ( ) Você bebe à saúde de alguém?
c ( ) Você bebe saúde de alguém?

02 – O que significa zinga, no contexto?
Não dá para atravessar o rio sem uma zinga.
a ( ) vara comprida;
b ( ) proteção solar;
c ( ) bota até o joelho;
d ( ) boia salva-vidas.

03 – Conheci um ________, natural da Ásia.
a ( ) xamam;
b ( ) chamam;
c ( ) chamã;
d ( ) xamã.

04 – O que significa amplexo, no contexto?
Vou dar-lhe um respeitoso amplexo.
a ( ) bronca;
b ( ) beijo;
c ( ) abraço;
d ( ) aperto de mão.

05 – ____________ ao molho branco é uma verdadeira delícia!
a ( ) talharim;
b ( ) talharine;
c ( ) talharini;
d ( ) talharin.

06 – É preciso ____________ os menores infratores.
a ( ) reçocializar;
b ( ) ressocialisar;
c ( ) ressocializar;
d ( ) ressosialisar.

07 – O que significa ripanço, no contexto?
Sr. Manuel acordou com um ripanço danado.
a ( ) dor de cabeça;
b ( ) ressaca;
c ( ) preguiça;
d ( ) molhado de suor.

08 – Você sabia que carvão-mineral também é conhecido como _______?
a ( ) ulia;
b ( ) ulha;
c ( ) hulia;
d ( ) hulha.

09 – Adoro tomar um __________ toda manhã.
a ( ) iorgute;
b ( ) iogurte;
b ( ) iorgurte;
b ( ) yoghurt.

10 – O que é correto:, a ou à?
a ( ) Chegarei a tempo de assistir ao jogo.
b ( ) Chegarei há tempo de assistir ao jogo.
c ( ) Chegarei à tempo de assistir ao jogo.

(*) Pesquisadora do GEPEFA – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Famílias – UNESP/Franca.

Respostas:

Resp 1.: b – Você bebe à saúde de alguém.
Beber à saúde (= fazer votos pela saúde de alguém).
Resp 2.: a – No contexto, zinga significa vara comprida, usada para dar impulso a embarcações em lugares de pouco fundo.
Resp 3.: d – Conheci um xamã, natural da Ásia.
Xamã (= sacerdote ou feiticeiro, com supostos poderes de lidar com os espíritos).
Resp 4.: c – No contexto, amplexo significa abraço.
Resp 5.: a – Talharim ao molho branco é uma verdadeira delícia!
Talharim (= massa alimentícia cortada em tiras).
Diga: O talharim.
Resp 6.: c – É preciso ressocializar os menores infratores.
Ressocializar (= tornar a socializar).
Resp 7.: c – No contexto, ripanço significa: moleza, preguiça, indolência.
Resp 8.: d – Você sabia que carvão-mineral também é conhecido como hulha?
Resp 9.: b – Adoro tomar um iogurte toda manhã.
Iogurte (= coalhada feita de leite fervido, obtida por meio de fermentos especiais).
OBS.: a forma yoghurt foi tirada do turco (Borba, 2004 – Dic. UNESP do Port. Contemp.).
Resp 10.: a – Chegarei a tempo de assistir ao jogo.
A tempo (= em tempo = com tempo).

OBS.: Colunista semanal dos jornais Diário do Grande ABC (SP) e Jornal de Araraquara (SP), Jornal Independente – Dois Córregos (SP), Jornal de Nova Odessa (SP), Diário da Franca – Franca (SP) e Diário de Sorocaba – Sorocaba (SP) – Jornal de Itatiba – Itatiba (SP) – O Liberal Regional – Araçatuba (SP) – Diário da Serra.

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