Teste o seu Português (737)

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Prof.ª Dr.ª Terezinha de Jesus Bellote Chaman (*)

UMA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO OU DA INFORMAÇÃO?

“Os cidadãos civilizados não são produto do acaso, mas de um processo educativo”. (Karl Popper)
Como observa Burke:
“Estamos imersos hoje, ao menos segundo alguns sociólogos, em uma ‘sociedade do conhecimento’ ou ‘sociedade da informação’, dominada por especialistas e seus métodos científicos. Segundo alguns economistas, vivemos em uma ‘economia da informação’, caracterizada pela expansão das atividades relacionadas com a produção e a difusão do conhecimento. Por outra parte, o conhecimento converteu-se em um problema político de primeira ordem, centrado na questão de se a informação deveria ser pública ou privada, tratada como mercadoria ou bem social”. (2002, p. 11).

Constata-se uma metamorfose incessante de dispositivos informacionais, de gamas variadas, a influir nas relações entre os homens, em sua inteligência e em seu trabalho. Nessa perspectiva, Morin afirma que:

“Por detrás do desafio global e do complexo, esconde-se um outro desafio: o da expansão descontrolada do saber. O crescimento ininterrupto dos conhecimentos constrói uma gigantesca torre de Babel, que murmura linguagens discordantes. A torre nos domina porque não podemos dominar nossos conhecimentos […] O conhecimento só é conhecimento enquanto organização, relacionado com as informações e inserido no contexto destas. As informações constituem parcelas dispersas de saber. Em toda a parte, nas ciências, como nas mídias, estamos afogados em informações […] Cada vez mais, a gigantesca proliferação de conhecimentos escapa ao controle humano”. (2002, p. 16).

Então nos perguntamos: até que ponto, o ruído dos aplausos ao progresso quantitativo e desenfreado encobre e mascara o silêncio do pensar, do refletir, do produzir, do ler, do filtrar? Até que ponto a cena das mídias garante uma concepção não reprodutivista nem culturalista do consumo, mas uma produção de sentidos?

É pertinente lembrar, com Baudrillard (1979, p. 106), que “quanto mais informação menos sentido”; como também é importante completar: mais informação, menos sentido… e mais massa. Ou seja, mais massa atomizada, mais distante da liberação da energia, da explosão. O que se julga ter produzido verdadeiramente é, segundo Baudrillard (1979, p. 111), a “implosão do social nas massas”. Massa entendida como um aglomerado de grandes proporções de indivíduos, expostos às mesmas ideias/mensagens, submetidos à solidão, ao individualismo, à ausência de debates, de troca de ideias, enfim, sem interação entre os que compõem tal massa.

Reflitamos: se hoje informação é vista como “business”, necessário se faz um trabalho conjunto de jornalistas e educadores, relativamente ao modo como transformar a informação em conhecimento. Koch lembra que:

“[…] conforme postula Paulo Freire, o aluno necessita ser preparado para tornar-se o sujeito do ato de ler. Para tanto, é preciso que ele se torne apto a apreender a significação profunda dos textos em que se defronta, capacitando-se a reconstruí-los, a reinventá-los”. (1996, p. 160).

Perguntamos: pesquisas recentes têm demonstrado a veracidade do que postula Freire? Então…

Necessário se faz saber ler, decodificar, interpretar e encontrar sentido em meio aos apelos persuasivos da comunicação. Necessário se faz discutir, contextualizar, repensar, reelaborar, reconstruir. Necessário se faz uma leitura e uma recepção críticas da mídia. Necessário se faz aprender a aprender, para aprender a pensar e poder, assim, escrever sua própria história, tornar-se historiador do cotidiano, e, consequentemente, sujeito da própria história.

Teste o seu Português:

01 – Vamos ______ o _________ de nosso país, em todas as manifestações.
a ( ) issar – labaro;
b ( ) isar – labaru;
c ( ) içar – lábaro.

02 – Aquela moça é muito ___________. Pena que seja tão ___________!
a ( ) simpática – alcoviteira;
b ( ) cimpática – alcovitera;

03 – Ele leva sempre uma ___________, nos negócios comerciais que realiza.
a ( ) porcentagem;
b ( ) percentagem;
c ( ) porcentajem;
d ( ) percentajem.
ATENÇÃO: existem duas alternativas certas.

04 – Vá devagar! Não cometa __________ no __________ dessa porcelana.
a ( ) ezagero – enchágüe;
b ( ) exagero – enxague;
c ( ) esagero – enxágüe.

05 – O Pedro ficou todo ____________, ao receber sua carteira de __________.
a ( ) satisfeito – identidade;
b ( ) sastifeito – indentidade.

06 – Dizem que o sucesso profissional depende do ____________ de inteligência.
a ( ) couciente;
b ( ) cociente;
c ( ) quociente.

07– Dona Maria sempre anota, na _________, as receitas de bolo.
a ( ) cardeneta;
b ( ) cardineta;
c ( ) carderneta;
d ( ) caderneta.

08 – Desde o início do ano, vou todos os dias à academia para ________.
a ( ) maliar;
b ( ) malhar.
E então, maliar ou malhar?

09 – Qual frase abaixo está correta?
a – Vou agora mesmo dismontar aquela armadilha.
b – Vou agora mesmo desmontar aquela armadilha.
Então: dismontar ou desmontar?

10 – Não mexa com a mulher do Ricardão! É uma grande ___________.
a ( ) incençates;
b ( ) incensatez;
c ( ) insensatez;
d ( ) insensates.

(*) Pesquisadora do GEPEFA – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Famílias – UNESP/Franca.

RESPOSTAS

Resp 1.: c – Vamos içar o lábaro de nosso país, em todas as manifestações.
Içar (= alçar, erguer, levantar).
Lábaro (= bandeira, pavilhão, estandarte).
Resp 2.: a – Aquela moça é muito simpática. Pena que seja tão alcoviteira!
Simpática (= agradável).
Alcoviteira (= fofoqueira, mexeriqueira).
Resp 3.: a / b – Ele leva sempre uma porcentagem ou percentagem, nos negócios comerciais que realiza.
Percentagem ou porcentagem (= comissão sobre um valor de cem unidades).
Resp 4.: b – Vá devagar! Não cometa exagero no enxágue dessa porcelana.
Exagero (= excesso).
Enxágue (= lavagem para retirada do sabão).
Resp 5.: a – O Pedro ficou todo satisfeito, ao receber sua carteira de identidade.
Satisfeito (= contente).
Carteira de identidade (= documento que constitui identificação legal para uma pessoa).
Resp 6.: c – Dizem que o sucesso profissional depende do quociente de inteligência.
Quociente (= proporção entre a inteligência de um indivíduo e a inteligência normal ou média para a sua idade).
OBS.: Neves (2003) a forma cociente é variante de quociente, mas não ocorre.
Resp 7.: d – Dona Maria sempre anota, na caderneta, as receitas de bolo.
Caderneta (= caderno ou livro de apontamentos).
Resp 8.: b – Desde o início do ano, vou todos os dias à academia para malhar.
Malhar (= exercitar-se).
Resp 9.: b – Vou agora mesmo desmontar aquela armadilha.
Desmontar (= desarmar).
Resp 10.: c – Não mexa com a mulher do Ricardão! É uma grande insensatez.
Insensatez (= imprudência).

OBS.: Colunista semanal dos jornais Diário do Grande ABC (SP) e Jornal de Araraquara (SP), Jornal Independente – Dois Córregos (SP), Jornal de Nova Odessa (SP), Diário da Franca – Franca (SP) e Diário de Sorocaba – Sorocaba (SP) – Jornal de Itatiba – Itatiba (SP) – O Liberal Regional – Araçatuba (SP) – Diário da Serra.

 

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