Projetos da administração municipal de Araraquara envolvendo questões ligadas ao Meio Ambiente começam a ganhar visibilidade nacional, além de já estarem beneficiando a população e a cidade, inclusive com a geração de renda e inclusão de famílias no mercado de trabalho.
Prova disso é que o prefeito de Araraquara, Edinho Silva embarcou para Porto Seguro (BA), nessa sexta-feira (17), para receber menção honrosa pelos projetos, no Congresso Nacional de Tecnologia Ambiental (CONTA). Nesta terça-feira (21), Edinho deverá estar em Paulínia (SP), no I Simpósio e Exposição Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para, novamente, receber menção pelos projetos.
Mudanças
O aterro sanitário, próximo ao Parque Pinheirinho, era um lixão, parcialmente, controlado. Até 2000, toda coleta era depositada em um enorme buraco aberto para a retirada de argila, e a cada acúmulo semanal de descarga de lixo, era feito o aterramento do material.
Segundo o coordenador de Meio Ambiente da prefeitura, Marco Aurélio Carvalho, não havia um controle eficiente para evitar a contaminação do solo. “Era preciso iniciar a implantação de drenos para coleta e tratamento do chorume, a parte líquida do lixo, gerada pela chuva em contato com o lixo orgânico em decomposição”, lembrou.
Marco Aurélio afirma que “com esse trabalho, a prefeitura reduziu, consideravelmente, o fluxo de chorume que descia em direção ao lençol freático, evitando a infiltração e a contaminação do solo”.
O processo de drenagem resultou, ainda, na diminuição de gases poluentes, produzidos pela decomposição do lixo.
Usina
Só que não é tudo que vai para o aterro. Cerca da metade do lixo é reaproveitada pela usina de compostagem, onde é feita a separação do lixo orgânico (que será transformado em adubo), do lixo seco de material reciclável (papel, papelão, lata, vidro e plástico) e dos resíduos.
Com isso, a prefeitura conseguiu alcançar uma sensível redução do impacto ambiental do lixo no aterro de Araraquara, gerar emprego e renda.
Isso foi possível após 35 pessoas, que viviam como catadores do lixão, passarem por um curso de capacitação e formarem uma cooperativa para trabalhar na triagem e na compostagem do lixo.
Todo o lixo reaproveitado para reciclagem é vendido para indústrias. De tudo o que é arrecadado, 60% do lucro são rateados entre os cooperados (catadores) , 20% se transformam em investimentos e o restante vai para o fundo de reservas, para garantir os gastos com saúde e outras necessidades desses trabalhadores. Cada um recebe cerca de R$ 300,00 por mês de salário.
Defensivos
Em relação às embalagens de defensivos agrícolas, Araraquara saiu na frente e se antecipou à lei federal que obriga os municípios a terem local para armazenamento dessas embalagens já a partir de junho deste ano.
A prefeitura já construiu a unidade em parceria com 16 empresas do setor agrícola, que está em funcionamento, recebendo as embalagens que contém resíduos tóxicos. Depois de armazenadas, são levadas para uma central em Guariba (região de Ribeirão Preto), onde são encaminhadas para reciclagem, servindo unicamente para a fabricação de conduíte de fios elétricos.
Água
O Executivo também elaborou um projeto de lei, já aprovado pela Câmara Municipal, transformando o Aquífero Guarani em área de proteção ambiental.
O Aquífero é uma das mais importantes e maiores reservas subterrâneas de água da Terra. Ele se estende pelos estados de Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, chegando ao Uruguai e Argentina.
Para Araraquara ele é vital, porque cerca de 50% da água consumida pela população vêm do aquífero.
Geoprocessamento
Além disso, a administração municipal iniciou o programa de Geoprocessamento Ambiental, um estudo que permite conhecer todo o meio físico e biótico do município, além de saber como é formado o solo da cidade.
O Geoprocessamento Ambiental é um trabalho de base para o zoneamento urbano e o planejamento econômico e social do município.
É importante, por exemplo, porque detecta áreas onde futuramente poderiam ocorrer erosões do solo; permite o mapeamento de áreas que podem receber rejeitos e serem utilizadas para novos aterros de lixos doméstico e industrial; aponta onde podem ser feitas fundações para a construção civil e os caminhos adequados à implantação de sistemas viários, etc.