Prejuízo de R$ 4,7 bilhões

Luís Zanini (*)

Marcelo Barbieri disse que “a venda do Banespa para o grupo Santander causou um prejuízo de R$ 4,7 bilhões para o Estado de São Paulo”.

“Um fato já apurado pela CPI, tão ou mais grave que a tentativa de adulterar o balanço do banco que, se publicado, resultaria na quebra do Banespa, foi o prejuízo que São Paulo teve no processo de federalização do Banespa, algo que só pode ser constatado, de forma definitiva, após o leilão do Banespa”.

O deputado lembrou que, nesse episódio, “a dívida do Estado de São Paulo com a União crescia de forma desmesurada naquele período, cuja taxa Selic chegou a atingir 45% ao ano, elevando o endividamento, que era de R$ 17 bilhões em 1990, a cerca de R$ 90 bilhões, atualmente, conforme divulgado pelo ex-secretário de Fazenda, Yoshiaki Nakano”.

Segundo Barbieri, o governo Mário Covas, premido pelo crescente endividamento com a União, acabou cedendo às pressões federais, abrindo mão do ágio e aceitando o valor de transferência em R$ 2,3 bilhões, em dezembro de 1999, quando foi consumada a federalização”.

Barbieri disse que “no leilão do Banespa, o Unibanco e o Bradesco, que juntos com o Santander participaram do processo, apresentaram lances, respectivamente, de R$ 2,1 bilhão e R$ 1,85 bilhão, o primeiro ligeiramente superior e o segundo rigorosamente igual ao preço mínimo fixado pelo Banco Central, como se estivessem como meros coadjuvantes de um cenário montado para que o grupo espanhol arrematasse o Banespa por R$ 7,05 bilhões”.

O parlamentar denunciou que “o prejuízo de São Paulo e de seu povo na venda do Banespa foi de R$ 4,7 bilhões, exatamente a diferença entre o valor de transferência fixado na federalização (R$ 2,3 bilhões) e o preço final pago pelo Santander (R$ 7,05 bilhões)”.

Para Barbieri, “a CPI já reúne farta documentação que permite uma conclusão óbvia: o governo federal, através do Banco Central, agiu de forma ilegal e rasgou a própria Constituição para tentar incriminar adversários políticos e construir um cenário que justificasse a sua entrega aos banqueiros internacionais, no caso os espanhóis”.

Barbieri considerou que o ex-governador Orestes Quércia “agiu em defesa do Banespa ao impedir que a Comissão de Inquérito do Banco Central divulgasse o balanço do banco com patrimônio negativo, o que resultaria na liquidação extrajudicial imediata da instituição”.

(*) É jornalista-assessor.

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