José Renato Nalini (*)
Os prefeitos a serem eleitos neste 2024 precisarão ser amigos íntimos da natureza. Esta se rebelou, depois de décadas de intensificação de maus tratos. Nunca se cortou tanta árvore, se poluiu tanto a atmosfera, o solo e a água. Daí a inclemência com que o clima responde à insanidade humana.
Já passou a fase da mudança climática. Agora é emergência climática, a reclamar urgência climática e seriedade de parte do Poder Público, obrigado a cuidar da população. Sim. Não se protege a natureza por si mesma. A proteção está voltada à qualidade de vida. Quando não se pode sequer falar em qualidade, mas em preservação da vida, é porque a coisa está muito ruim.
Os debates envolvendo candidatos dos grandes conglomerados urbanos incluíram a questão climática e a cobrança deverá recrudescer após às eleições. A FAESP – Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, presidida por Tirso Meirelles, editou um documento chamado “Prefeito Amigo do Agro”, que deveria servir de parâmetro para qualquer candidato. Recomenda o lema “Plante, Cultive e Colha a Paz”. A urbanização acelerada não pode esconder a área rural que toda cidade deve possuir e pela qual deve zelar.
Promover o desenvolvimento rural é essencial para assegurar que todas as comunidades tenham acesso igualitário aos direitos, benefícios e políticas públicas necessárias a uma vida digna. É importante criar ou fortalecer uma Secretaria Municipal de agricultura, criar um Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e de Turismo Rural, priorizar pequenos e médios produtores, aprimorar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, assim como um Conselho Municipal de Meio Ambiente, com significativa representação de produtores rurais.
Os Prefeitos precisam implementar e zelar por uma política municipal de meio ambiente que contemple as áreas rurais, apoiar a regularização ambiental das propriedades rurais, agilizar o processo de emissão de licenças ambientais, facilitar o acesso à outorga de uso de recursos hídricos, promovendo sustentabilidade e o uso racional da água.
Procurem conhecer o inteiro teor desse documento inspirador. Se eleito, os seus eleitores saberão cobrar coerência com eventuais promessas de campanha.
(*) É Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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