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O Brasil ainda será sério?

Welson Gasparini (*)

Estamos vivendo uma época lamentavelmente horrível para a imagem do Brasil no exterior. Pior ainda: os próprios brasileiros sentem que vivemos um tempo no qual a corrupção virou uma epidemia. Epidemia, daí sua extrema gravidade, espalhada por todas as áreas sociais e não apenas na área política, naturalmente a mais focalizada porque envolve agentes já conhecidos da opinião pública.

Diariamente é uma rotina a imprensa divulgar escândalos representados por desvios de dinheiro que deveria ser aplicado, pelos nossos governantes, na educação, na saúde, no saneamento básico ou na habitação e, no entanto, acaba nos bolsos dos espertalhões, de verdadeiros bandidos ocupando cargos públicos ou dirigindo empresas inidôneas.

Enquanto isto muitos dos nossos hospitais ameaçam fechar suas portas endividados pela falta de recursos oficiais; doentes sofrem com a falta de leitos, remédios e assistência médica tanto genérica quanto principalmente especializada; milhões de famílias, por outro lado, padecem a inexistência do abastecimento de água devidamente tratada e da falta de rede de esgoto. Tudo acontece e bilhões de reais são desviados para encher os bolsos dos corruptos ou, então, são aplicados absurdamente em obras não prioritárias como, conforme exemplo recente, construção de monumentais estádios de futebol.

É triste verificar como leis estão defasadas e a justiça, em função da própria legislação, não funciona ou funciona com atraso.

Nossos códigos legais não estão compatíveis com a própria realidade brasileira. Os recursos judiciais são tantos que os bandidos mais refinados, dispondo de recursos para contratar bons advogados, beneficiados por recursos protelatórios, acabam ficando impunes. A situação é tal qual a descrita por Ruy Barbosa no inicio do século passado "de tanto ver crescer a INJUSTIÇA, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos MAUS, o homem chega a RIR-SE da honra, DESANIMAR-SE de justiça e TER VERGONHA de ser honesto". Por isso impõe-se uma reação ética e moral capaz de conduzir as novas gerações a comportamentos dignos, iniciada pelo fortalecimento dos laços familiares e pela difusão (escolas e nas igrejas) de princípios de amor e de consideração ao próximo.

O Brasil só poderá ser considerado um país sério quando houver seriedade nas intenções e, sobretudo, nas ações dos nossos governantes e também dos seus cidadãos…

Palavras sem obras, conforme já advertia em seus sermões o Padre Vieira, "são tiros sem balas".

(*) É deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto

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