Novos tempos apontam o fim dos homens durões

Eles estão mais afetuosos, participativos, vaidosos e sensíveis. Sinal de que o rótulo “homem durão” deixou de ser adjetivo de muitos, assim como confirmam estudos do Gender Group do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas, que apontam essa tendência em homens de classe média.

Criado em 1995, o Gender Group é um modelo de terapia para desenvolver o relacionamento entre os gêneros masculino e feminino. “Ao homem de hoje, é permitido que demonstre afeto”, diz o coordenador e psiquiatra Luiz Cuschnir.

Emotivo e sensível às transformações, o professor e maestro Moacyr Carlos Junior, pai de Daniel, 21, e Flávia, 17, conta que sempre viu com bons olhos a possibilidade de dividir as preocupações e tarefas de criação dos filhos. “Agora, ao ver meus filhos crescidos e lembrar que cuidava deles, sou contemplado com um sentimento muito agradável”, comenta.

Moacyr lembra que, durante uma determinada época, optou por dar aulas apenas no período diurno e noturno para poder dar atenção aos filhos no período da tarde. “Eu sempre via pais acompanhando os filhos à escola. Hoje existe uma participação ainda maior. Isso é bom não apenas pela divisão de responsabilidades, mas, também, pelo aumento da afinidade com a criança. No futuro, os laços serão muito maiores. Digo isso porque meus filhos, várias vezes, fizeram parte de meus projetos profissionais, o que acabou aproximando-os ainda mais. O pai e a criança sempre têm a ganhar”, frisa.

Cultura

A mudança no perfil dos homens fez carreira no feminismo. Nos anos 70, as mulheres saíram de casa para trabalhar. Vinte anos depois, na década de 90, era a vez dos homens mostrarem que tinham se adaptado a mulheres independentes.

Asim como Moacyr, o empresário e presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Ivo Dall’Aqua Junior, acredita que a mulher conquistou seu espaço e tornou mais do que necessária e oportuna a divisão de preocupações em relação a educação dos filhos.

“A gente observa uma alteração de hábitos culturais, um maior equilíbrio nas relações, afinal os seres são cidadãos e não apenas homens e mulheres. É notável a própria alteração da postura das mulheres, que passaram a ser menos dependentes. Essa independência de movimento e de escolha acaba reduzindo a cobrança de que homem não pode errar e tem de ser infalível”.

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