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Nhô Pedro

Era uma menina, de onze anos… perdera os avós maternos, a mãe, e por fim, a avó numa das mais esquisitas mortes que se ouviu falar. Era uma pequena criança cheia de mimo que, de repente, ficara sozinha. Só com o pai, muito jovem ainda, para assumir essas coisas da vida, que ela nos prega sem aviso prévio. Imagine a existência desta menina, diante da atual vida: sozinha e sem ninguém e tida pela maioria dos parentes como uma insuportável. Ninguém se interessa em entrar na sua pequena alma, para ver o que na realidade se passa. Todas as suas atitudes são estranhas perante a formalidade das crianças da sua idade e com criações diferentes. Que falta que faz a mãe, nesta idade, onde a criança procura todos os seus conhecimentos e ternuras e nem sequer encontra nada pois o que é fácil dar aos filhos e muito difícil dar a alguém que não o seja.

A vida fica perdida, sem sentido, tudo é difícil e indigesto aceitar uma nova namorada do pai, jovem ainda. Feia ou linda, boa ou ruim a vida dela é assim. E nós o que fazemos para ajudar, a não ser criticar? Sem sequer penetrar na sua pequena alma destroçada: que menina malcriada, não pára, não sossega, parece um capeta, bagunça tudo, reclama de tudo, não há comida que lhe agrade ou satisfaça…dizíamos. O pai se enche de paciência e graça e faz tudo o que ela pede ou quer esperando que se torne mulher. Até que um dia por Deus ou pela Virgem Maria ela vem pra casa do único avô que lhe resta. Se presta ou não presta, não lhe faz a mínima diferença. É sempre tratada assim… para ela todos são ruins, a vida é uma droga, muito dura de se viver, tem que haver alguém para ela querer mais que a mãe perdida, mais que os avós maternos…

E é aqui, neste aparente inferno que ela encontra a sua paz, algo que ama e satisfaz, que lhe dá carinho e afeto, que a trata como uma criança normal, que lhe faz o que gosta ou não gosta comer, dá-lhe todo amor de que precisa, nunca a deixa sentir-se só: é a Ana. Ana… sua nova e querida avó que preenche todos os seus sentidos, enche sua vida de alegria e prazer. Ana, é uma santa cheia de carinho e amor que tem tudo para lhe dar: ama e se faz amar e a menina aprende a viver em paz, aprende a querer e saber a se dar, começa a ser vista como ela o é, demonstra tudo aquilo no seu rosto, na sua alma, nos seus gestos, na sua ternura.

Ana… você é boa, pura e muito segura.

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