Em 1956 nascia a prova Mil Milhas Brasileiras de Interlagos

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Largada, ao estilo Le Mans

Colaboração: Repórter e Colunista Giovani Henrique Peroni

No dia 12 de maio de 1940, o Autódromo de Interlagos iniciou a sua história

Foi na Gestão do Presidente Getúlio Vargas na década de 1950 que ficou marcada o intenso desenvolvimento da indústria brasileira de automóveis e autopeças. A consolidação da produção no país foi dada posteriormente com Juscelino Kubitschek.

Wilson Fittipaldi e Eloy Gogliano foram os pioneiros a desenvolverem estratégias de marketing na promoção do automobilismo, vislumbrando novos tempos para as competições.

Naquela época era o momento certo para indústria nacional de autopeças crescer, utilizando como laboratório dos seus produtos as competições realizadas em corridas de longa duração, surgindo assim em 1956 o nascimento da primeira prova Mil Milhas Brasileiras de Interlagos, tendo como criadores a Centauro Motor Club em conjunto com Wilson Fittipaldi e Eloy Gogliano.

Fittipaldi viajou diversos estados convidando e motivando o maior número de pilotos para as competições em Interlagos. Eloy Gogliano cuidou de todos os detalhes administrativos e contou com o apoio do Automóvel Club do Brasil na organização do regulamento da prova.

As inscrições eram aceitas inscrições para veículos da categoria turismo fechado, com dois ou mais lugares e preparação livre. O chassi e o motor deveria ser da mesma marca, podendo ser utilizados em diferentes modelos e ano de fabricação. Os pilotos foram obrigados a fazer exames médicos, usarem capacetes e realizarem alguns treinos noturnos.

Na ocasião a TV Rescord e o Sindicato Nacional dos Fabricantes de Autopeças deram total apoio ao a competição.

O Brasil conheceu o primeiro campeão desta prova nos dias 24 e 25 de novembro de 1956, com um público de 30 mil pessoas de várias partes do Brasil num clima de festa. Às 19h do dia 24, lá estavam 31 carros alinhados para a largada no formado da corrida de Le Mans. Ao sinal da partida, todos os pilotos correram, entraram nos carros e aceleram forte, buscando as melhores posições.

Na classificação geral em 3º lugar ficou Aristides Bertuol/ Waldir Rebescnhini – carretra Chevrolet, na segunda colocação Eugênio Matins/ Cristian Heins – VW – Porche, em primeiro lugar Catharino Andreatta/ Breno Fornari – carretera Ford, que entraram para história de Interlagos e da mil Milhas como os primeiros vencedores.

Uma curiosidade foi a junção dos patrocinadores para oferecerem a premiação em dinheiro para os pilotos, sendo Pistões Mahle – Metal Leve, Paulo Machado de Carvalho, Centauro Motor Club, Lubrificantes Castrol, Amortecedores Valent-Armotex S.A., Cinpal – Industrias de Peças, Dinafloy Industria José Berloffe, Amortecedores Monroe Cofap, Coca Cola, Sambeam do Brasil Anticorrosivos S.A. e Saturnia Baterias.

Aqui fica registrada a ousadia de um trabalho de um dos maiores incentivadores do automobilismo brasileiro Wilson Fittipaldi que conseguiu unir a paixão pelo esporte com uma estratégia mercadológica funcional de sucesso num período em que os recursos eram extremamente precários e que mesmo sendo suficientes para a época, imagino hoje o que esses homens fariam tendo nas mãos aquilo que a tecnologia oferece.

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