Dólar em baixa pode prejudicar mais o agronegócio do que outros setores

Agência Brasil

O dólar em baixa pode prejudicar o agronegócio mais do que a outros setores da economia, afirmou, nesta sexta-feira (3), o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. “Os insumos foram comprados com dólar mais caro e vamos vender uma safra a um dólar pior”, explica o ministro.

Segundo ele, 2004 um ano complicado para o setor pois a oferta mundial agrícola cresceu muito em razão de safras recordes no hemisfério norte, o que fez os preços caírem em dólar. De outro lado, os custos de produção aumentaram. “Vemos um mundo ruim para a agricultura em 2005, principalmente para as commodities agrícolas grãos, com custos crescentes e preços cadentes”, diz.

Segundo ele, para fugir da armadilha do dólar, o setor agrícola precisa começar a trabalhar exportações com outras moedas, conforme sugere o ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Luis Fernando Furlan. “Este é um caminho que deve ser procurado rapidamente pelo setor”, diz Rodrigues.

O ministro afirma que a agricultura é a “alavanca” da economia brasileira: qualquer problema no setor afeta economia como um todo. O ministro acredita que apenas alguns setores do agronegócio poderão ter prejuízos. “Claramente haverá um crescimento menor da economia rural. Embora haja perda muito grande nas commodities grãos, isto não ocorrerá em açúcar, café, suco de laranja e possivelmente também não em carnes”, antecipa.

Rodrigues garante que não haverá reflexos na balança comercial brasileira pois os produtos agrícolas, cujos preços estão muito baixos, terão safras recordes no Brasil em 2005. “Seguramente a perda de valor unitário será compensada pelo volume de produção e exportação. Não vejo riscos para o saldo comercial do agronegócio no ano que vem e, portanto, nenhum comprometimento no saldo comercial global”.

O ministro lembra, no entanto, que o crescimento do PIB agrícola reduziu seu ritmo em 2004 em relação a 2003. “2005 tende a ser pelo menos igual a 2004 e, eventualmente, até menor. Seguramente crescerá menos que o PIB nacional”, afirma.

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