Estamos assim, embora ainda com a vontade de transformar essa realidade. Mas, convenhamos, está difícil. Todo dia, um fato novo a bater na canela do brasileiro… e como dói. Do desemprego, nem é bom falar. Uma vergonha a escassez que se origina do capital selvagem. O mesmo que morde a assopra. Sem qualquer motivo aparente e sério, o risco Brasil explode, o dólar sobe e a bolsa de valores patina. Um horror, mas, eles têm dinheiro e nós temos dívida herdada desde os tempos em que os portugueses prospectaram a nossa riqueza. Claro que no meio do caminho houve brincadeiras, tipo Transamazônica. E um dinheirão gasto (emprestado a peso de ouro) a partir da crise do petróleo em meados de 1973. A dívida aumenta a cada hora e o pagamento do seu serviço (juros) sai da saúde, educação e falta de investimento governamental (ausência de moeda no mercado que segura a inflação exatamente por essa condição madrasta e sádica). Pena que as “bravatas” não possam ser usadas neste momento de crise das mais bravas, em que pese o brasil bonito apresentado em todas as noites pelo Jornal Nacional.
E dá-lhe guerra civil, nas favelas do Rio. E o confronto desnecessário e irritante do Ministro da Justiça e o Secretário e ex-governador carioca. Mas, tem muito mais: a insegurança de nosso dia-a-dia onde as famílias se fecham em grades altas e perfuro-cortantes. Sem falar das cercas eletrificadas, discutíveis ferramenta que pode levar ao homicídio culposo. E as greves, batendo na frigideira social como pipoca? O governo vai tirar dinheiro de nosso bolso, mas, como agüentar uma carga tributária de 43 pontos? A saúde, mais cara e paulatinamente excludente. Jovens sem o primeiro emprego e velhos (aqueles que já completaram – Sic – 40 anos) sem perspectiva nenhuma.
Existe, no entanto, uma restia de esperança: Deus é brasileiro.
Terminamos outra semana, com depressão e raiva.