A araraquarense Cibele Azzem Góes é professora de Português da 4ª e 5ª série do Colégio Objetivo Junior há 8 anos.
Considera gratificante o retorno em termos de conteúdo e carinho dos alunos no dia-a-dia como dois dos vários pontos positivos de sua função.
Indicada por Sarah Coelho Silva, Cibele comenta sobre o trabalho de releitura e colagem feito por alunos de 4ª a 8ª série a partir de poesias de Sarah.
JA – Como foi a participação das crianças na exposição, com a releitura das poesias?
CAG – De modo geral, as crianças participaram com muito entusiasmo, pois para elas foi uma honra conhecer uma escritora como Sarah Coelho pessoalmente.
JA – As crianças gostam de escrever?
CAG – Sim. As crianças gostam de contar sias vivências, expectativas e medos. Elas desenvolvem temas atuais e mostram todo o lado crítico, o que pensam, seus valores e conceitos. É muito gratificante constatarmos valores positivos decorrentes do tipo de educação que elas recebem em casa, no lar.
JA – Animais são temas escolhidos?
CAG – Sim, elas gostam de contar sobre seus amimais de estimação, visitas a zoológicos. As crianças sempre se identificam com animais e os têm como membros da família.
JA – As crianças se comunicam com facilidade através de desenhos?
CAG – Sim. Desenhos e gravuras fazem parte de linguagem visual e é sempre interessante a associação que elas fazem entre linguagem verbal e visual. A partir da 4ª série do Ensino Fundamental, a criança começa a perceber a importância dos desenhos no dia-a-dia. Após todo estudo de texto ou redação que faz, ela gosta de ilustrá-la de acordo com o sentimento vivido durante o estudo.
JA – E os professores? Como participaram da elaboração da exposição?
CAG – Todos os professores participaram com bastante entusiasmo, tanto na sala de aula com os alunos como na montagem da exposição. Divulgar os poemas de Sarh Coelho e elaborar a releitura foi um trabalho gratificante para todos os professores da área de português.
JA – Qual a importância da exposição?
CAG – A divulgação dos poemas, poesias e crônicas, abordando temas modernos e do dia-a-dia, é sempre um incentivo à releitura e à reflexão. Expor esses trabalhos foi um meio de alertar os alunos e os adultos também sobre os problemas vividos pela sociedade.
JA – O Colégio Objetivo abre espaço para outros artistas?
CAG – Sim, sempre promove exposições, não só na área de português, como ciências, histotia, geografia, matemática. O Colégio também recebe escritores e promove palestras para os alunos?
JA – Como o Colégio Objetivo incentiva os alunos a escreverem cartas, especialmente nessa época de “e-mails”?
CAG – A 4ª série do Colégio Objetivo Araraquara participa de um projeto juntamente com a 4ª série do Colégio Objetivo de São Carlos. Os alunos se comunicam durante o ano todo através e cartas. Essas cartas são esperadas durante toda a semana com muita expectativa. Eles trocam informações e experiências. No final do ano, é promovido o encontro desses alunos para que eles possam se conhecer pessoalmente. É sempre uma festa.
JA – Como funciona a Juniorlândia?
CAG – É uma mini-cidade localizada no Centro Educacional de Araraquara – Unidade I. Foi fundada no dia 29 de agosto de 1996. A sua população é formada apenas por alunos do Colégio Objetivo Júnior de Araraquara. A cidade não é um parque de diversões, e sim uma sala de aula aberta, onde as crianças aprendem através do construtivismo, isto é, elas entendem os fatos ocorridos no mundo por si próprias através do raciocínio, o que os leva à conclusão dos mais diversos assuntos.
JA – Como essa mini-cidade é constituída?
CAG – A Juniorlândia é constituída pela prefeitura, correio, banco, jardim, semáforo, casa, floricultura, bar, mercearia, farmácia e coreto.
JA – Quando são utilizados os semáforos?
CAG – Nas aulas de educação de trânsito, que acontecem durante todo o período de aulas, durante o recreio e atividades externa e na Juniorlândia.
JA – E como as crianças “vivem” na Juniorlândia?
CAG – É uma cidade como qualquer outra, com farmácia, onde os cidadãos têm aulas de higiene pessoal, prevenção de acidentes; banco, onde exercitam a matemática; correio, onde os alunos troca as correspondencias; a casa, onde vivência o cotidiano do lar; e também a prefeitura; floricultura; bar; mercearia e uma praça com coreto, onde as crianças podem realizar e assistir discursos, além de passear por ela. A criança participa do processo eleitoral através de discurso, cartazes e campanhas para eleger o prefeito, vice e vereadores, com mandato de um ano. A finalidade da Juniorlândia é mostrar à criança que as experiências de vida dentro da escola poderão ser exatamente iguais às de fora e que os momentos vivenciados terão aplicação prática.
JA – O coreto dá um estímulo à musica?
CAG – O Coreto “Praça do Sol” é um espaço para discursos, comunicado à população, comemorações, apresentação de números musicais, comícios.
JA – De que maneira incentivam as crianças a lerem jornais?
CAG – De modo geral, as crianças gostam muito de trabalhar com jornal. Eles trazem para as aulas o caderno do jornal que eles mais de identificam, como Esportes, Cidades, o Estadinho e o Telejornal. Após a leitura de algumas reportagens, eles elaboram a redação sobre o mesmo tema e também dão opiniões pessoais.
JA – Qual mensagem gostaria de deixar?
CAG – A mensagem que gostaria de deixar é que é sempre gratificante o contato com pessoas como Sarah Coelho, que escreve assuntos relacionados aos problemas do dia-a-dia em suas poesias e crônicas. O contato de uma escritora junto aos alunos foi incentivador de talentos. Muitos falam em escrever como ela e, tudo isso, para as crianças é maravilhoso.