Texto: João Baptista Herkenhoff – jbpherkenhoff@gmail.com
O título de Avô é sumamente democrático. Podem ser avô o ministro, embaixador, industrial, funcionário público, comerciário, o gari.
Quando o netinho ou a netinha sorri, o avô (rei ou súdito, rico ou pobre, brasileiro ou outra nacionalidade), desmancha-se de alegria.
Quando o pequenino faz uma arte criativa, o avô e avó batem palmas incondicionais. Dizem que avós deseducam, não concordo com esta tese. Por que uma criança não tem o direito de dar mel ao gatinho, jogar pela janela os selos que o avô colecionava, tirar do armário a grinalda que lembra a avó o dia do casamento para desfilar pela casa com aquela coroa na cabeça? Os adultos comuns estabelecem regras autoritárias que os avós, adultos especiais e com sabedoria, revogam.
Os avós não são importantes apenas no círculo da família. Exercem também um papel relevante na sociedade. Transmitem às gerações a experiência que a vida proporcionou. A experiência não é para ser guardada como bem individual. É patrimônio coletivo, como muito bem colocou o filósofo inglês Alfred Whitehead.
A aposentadoria é um direito assegurado por anos de trabalho, mas não tem de implicar em encerramento de atividades. Pode apenas sinalizar redução de compromissos. São múltiplas as novas experiências, que cada um encontre seu caminho. Que a sociedade não cometa o desatino de desprezar a sabedoria dos mais velhos.
