Ansiedade: a guerra do futuro

Marilene Volpatti

Os fatos ainda não aconteceram, mas, temos medo de fracassar e nos angustiamos. Enquanto isso, a vida segue indiferente à nossa aflição..

Você não contava mais com o telefonema daquela pessoa maravilhosa, pela qual suspirava há muito tempo. Ela liga e convida para sair no próximo final de semana. Invés de festejar, esperando ótimos dias, você fica aflito, não consegue se concentrar no trabalho, fica com cara de quem está viajando e, pior, acredita que, se continuar agindo assim vai dar o maior fóra no encontro tão desejado.

Qualquer indivíduo pode viver uma situação como essa, em que é muito difícil manter a serenidade. Nem poderia ser diferente. É praticamente impossível não criar expectativas diante daquilo que nos fascina e, ao mesmo tempo, dá medo. A ansiedade tem o lado positivo e o negativo. O positivo faz com que a pessoa se empenhe em ficar mais bonita e sensual. O negativo é que deixa de dar a atenção necessária as ações pessoais: o trabalho, por exemplo.

A ansiedade começa a prejudicar quando rouba o lado prazeroso que existe em qualquer situação de expectativa, por mais simples que seja. Há quem sofra até fisicamente. Tem sudorese, falta de ar, sono agitado… Muitos se deixam levar pelo excesso de ansiedade e sofrem por antecipação. Não conseguem lidar com qualquer tipo de impedimento de maneira construtiva. Não acreditam que, se algo der errado, vão se adaptar a outra situação, lançar mão da sua criatividade para enfrentar os desafios. É bom saber que esses caminhos levam ao crescimento e ao amadurecimento.

Sofrimento antecipado

O que se vê com muita freqüência é que, além do indivíduo não enxergar a possibilidade de resolver um problema, se apega a experiências negativas do passado. Isto é, se um episódio de um tempo atrás não deu certo, quando surge um outro semelhante, se prepara para um novo fracasso esquecendo-se que, apesar de parecido, cada um é um e pode exigir soluções diferentes.

A maneira de encarar o que está para acontecer, também, tem a ver com a educação recebida. Há quem aprenda a pensar nos problemas apenas quando se apresentam, e aqueles, que ao contrário, se sentem impotentes diante das circunstâncias.

Mesmo quem se considera de cabeça feita, está sujeito a escorregar. É o caso de Noemia, 43, casada, mãe de 2 filhos. Quando um deles demora para chegar em casa fica apavorada, pensando no pior, esquecendo-se que a má notícia chega rapidinho. Para ela só existe uma explicação: acostumada a manter controle sobre quase todas situações, fica mal quando não consegue controlar alguma que, eventualmente, surge.

Calma e medo

No mundo atual estamos todos os dias expostos a situações que geram ansiedade. Por esse motivo, o ideal é evitar o desgaste ao menos naquelas mais corriqueiras. No fundo, vivemos inventando motivos para sofrer, superestimando os problemas e jogando energia demais em questões que poucos benefícios trazem. Devemos ter em mente que não precisamos fazer aquilo que não queremos. A opção faz parte da vida e o bom é saber estar aberto a tudo.

Não podemos permitir que o medo tome conta, paralisando-nos e afetando a qualidade de vida.

Não precisamos ser perfeitos e nem atender a todas expectativas alheias.

Se achar difícil, ou quase impossível deixar de ser ancioso, descubra alguma forma de, pelo menos, driblar a situação. (Veja Box da matéria).

E pode estar certo: você não está sozinho nessa situação. Todos, indistintamente, possuem um certo grau de ansiedade.

Atitudes práticas

– Entrar para uma academia, e no final de um dia estressante fazer exercícios. O alongamento e o esforço físico ajudam a relaxar, manter a disposição e a forma.

– Dedicar-se a um hobby. Não importa o quê. O importante é despertar um talento adormecido. É sempre saudável fazer alguma coisa que não esteja relacionada a família e ao trabalho.

– Ao invés de ficar amargurando um problema que não têm solução imediata, dar uma volta com um amigo ou até mesmo com o cachorro, é uma ótima atitude.

– Se sentir angústia e tensão durante o período de trabalho, dê uma parada para um chá ou uma conversa com o colega, nem que seja por alguns minutinhos. Vai ajudar muito.

– Frases tipo: “Não posso errar nunca”, “Com certeza não vou dar conta do serviço” ou “Isso não é possível para mim”, não podem fazer parte do dia-a-dia. O fundamental é valorizar-se!

– Invista na sua qualidade de vida. Desde o que come, número de horas dormidas, tempo dedicado ao lazer… Conspire a seu favor. Vale a pena pensar em cada pequeno detalhe do seu dia.

– Lembre-se: quem olha o relógio e está sempre atrasado, sofre pelo que não fez no passado, anseia pelo que fará no futuro e perde o prazer de viver o hoje… não vive, vegeta!

Serviço

Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9225.

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