Análise Cinematográfica

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Colaborador: Bruno Sanches Bosso Munhoz

VIDAS PASSADAS

Estreando na dramaturgia, a diretora e roteirista Celine Song nos conta uma história que ela própria viveu ao reencontrar um amigo de infância. No filme, Nora (Greta Lee) e Hae Sung (Teo Yoo) dão vida aos dois amigos de infância com uma profunda conexão, porém são separados ainda crianças quando a família de Nora se muda para os Estados Unidos. Felizmente, eles se reencontram 12 anos depois através de videochamadas, mesmo estando em fusos horários diferentes.

O filme trata daquele famoso termo “E se?”. E se eu tivesse passado naquela prova; e se eu tivesse me declarado para aquela garota; e se eu tivesse feito aquela viagem; e se Nora tivesse ficado em Tóquio, o que seria dos dois amigos? O fato é que nunca saberemos. Podemos criar teorias atrás de teorias ligando ações e eventos, relacionando fatos históricos a probabilidades mínimas, mas não conseguiríamos chegar à resposta final dessa dúvida. O que nos resta então – caro leitor – é não nos apegarmos a essas imaginações e sim vivermos a vida como ela.

Em “Vidas Passadas”, vejo uma abordagem sobre o amor bem diferente da abordada em outros filmes. Enquanto os outros se firmam na fórmula da garota sentimental e apaixonada pelo homem que mal liga para ela e no final acabam juntos por uma coincidência do destino, neste filme é diferente. Hae é apaixonado e nunca esqueceu Nora, enquanto ela deixou sua vida em Tóquio para trás em busca de sua realização profissional. E por infelicidade do destino, os dois que foram feitos um para o outro tinham planos diferentes para a vida, sendo assim uma história de amor de uma vida passada.

Por fim, não é um filme para se assistir pensando que vai encontrar o seu grande amor e que irão dar certo; talvez dê, mas talvez seja só um acaso e irão se reencontrar em outra vida. Tudo tem um porquê, basta acreditarmos que há alguém lá fora vivendo a vida atrás de seus sonhos, e quando for o momento certo, ou o momento preciso, vocês irão se reencontrar.

Indicado para maiores de 12 anos, “Vidas Passadas” é um belíssimo filme, reflexivo, emocionante e romântico na dose certa para nos fazer pensar se quem amamos hoje já pode ter sido nosso amor em outra vida. Por fim, posso dizer que Celine Song estreou com o pé direito pelo filme que fez e por todas as indicações que ele recebeu. É um ótimo filme. Nota: 8/10. Obrigado.

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