A modalidade dos pobres

Sem preconceito e muito menos eventuais traumas, acima de tudo porque por vários anos vestimos a camiseta “A” da seleção de atletismo de Araraquara (como velocistas ao tempo de atletas e dirigentes que se dedicavam ao esporte amador, como o Armando Clemente, Turquinho, Scamilla, Índio, Teleco, Prof. Fernando Rocha, Pelica, Prof. Scabello, Nildson Leite, Roque José, enfim, um montão de gente), dá para dimensionar a falta de apoio que Marizete Rezende citou em meio aos aplausos pelo grande feito – a primeira colocada da Corrida de São Silvestre de 2002.

Desfilou em carro dos bombeiros e o prefeito Edinho abriu a prefeitura especialmente para recepcioná-la. Nada mais justo. Ela vive em Araraquara, é companheira do dia-a-dia, e ajudou a elevar o nome de nossa cidade. Aplausos e reconhecimento pela sua dedicação, como a do marido Diamantino dos Santos que, no ano passado, mostrou o nome de Araraquara estampado em sua camiseta. Foi o terceiro atleta brasileiro e com lugar reservado no pódium. A Globo Nacional mostrou e nos enchemos de satisfação.

O prefeito Edinho, o secretário Dicão, o presidente Durval (Fundesport) estão certos em apoiar o esporte-base. Uma modalidade difícil que se desenvolve na solidão de uma preparação sempre árdua, dolorida, dificilmente prazerosa, mas de muito pouca poesia. O atleta só é festejado em grande eventos. O charme da preparação não existe. É diferente de outras práticas tidas como de primeira linha; vôlei, basquete, tênis, natação, futebol… Ficar correndo quilômetros e quilômetros só com o pensamento, transpirando em profusão, usando de alimentação especial porque o esporte é movido a muito arroz-feijão, não é brincadeira. A Marizete e o Diamantino se apoiam mutuamente para enfrentar o sacrifício dessa modalidade.

Por isso, vale aplaudir a Marizete e apelar para que um grupo de empresários não perca a chance de patrocinar um casal dedicado e que faz do esporte a sua razão de viver. Notadamente porque, também, esse casal escolheu Araraquara para a sua vida.

Um exemplo interessante: a Maria Zeferina, aquela ex-cortadora de cana, subiu ao pódium, mas, ficou empoeirada pela performance da araraquarense Marizete. Mesmo assim, a Usina Santa Elisa fez marketing afirmando que é O Brasil que chega ao pódium. Pela segunda vez consecutiva.

Claro que a usina força a barra, teria que falar da Marizete, da mesma região etc e tal. Mas, fica o registro para afiançar ao empresário que faz bem apoiar atletas dedicados como o casal Diamantino/Marizete. Parabéns, e um pedido à primeira-dama da São Silvestre. As suas contrações faciais quase nos levaram ao infarto. Estava na cara um pedido de socorro e a gente não tinha como ajudá-la. Valeu! (Geraldo Polezze)

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