A hostilidade também mata

Marilene Volpatti

Xingar no trânsito, brigar com amigos de trabalho e tratar a família a pontapés são hostilidade.

O estresse mata, mas a hostilidade ganha essa parada. E a mulher é mais vulnerável quando exerce múltiplos papéis (mãe, esposa decidida, filha exemplar, profissional completa…) e não se sente gratificada. Parece que vive sentada num barril de pólvora, tudo a irrita.

Os prejuízos de ser pavio-curto são muitos.

Basicamente, dois são os tipos de pessoas hostis: as que reagem mal a tudo, chamadas de reatores quentes, e as que saem de si em situações determinadas, por causa de alguém ou algo que a afetou.

Ser o típico pavio curto acarreta muitas conseqüências: não conseguir se relacionar consigo mesmo e com os outros, experimentar frustração e amargura, so enxergar o lado negativo da vida, raciocinar com dificuldade, sentir-se culpado e sofrer depressão. Tudo isso sem se falar no isolamento: tanto se afasta das pessoas, para se autodefender, como também quer ficar longe das suas lutas, o que faz perder o apoio social. Assim, a carência emocional aumenta, a pessoa fica mais hostil.

Exemplo de pessoa hostil é a Deolinda, secretária, 33 anos que deu uma resposta atravessa da a um colega de trabalho, sem necessidade e, no dia seguinte, ele não a comprimentou mais. Deolinda o ignorou também, e logo passou a chamá-lo de antipático tornando-se mais hostil, acabando a relação de amizade com o companheiro de profissão.

Geralmente, quem hostiliza não percebe que os outros não são responsáveis pelo seu bem-estar. E, em represália, pode se destruir ou fazer o mesmo com outra pessoa.

Coração sofre

A hostilidade envenena o espírito e acaba com a saúde. A pessoa que não consegue se controlar e parte para a briga por causa de um mal entendido no trânsito, ou por se desentender com o frentista do posto de gasolina, torna-se mais ansiosa, propensa a ter pressão alta e sofrer taquicardias.

Enquanto a pessoa calma consegue voltar rapidamente ao normal depois de uma irritação qualquer, a hostil permanece acelerada, com adrenalina e outros hormônios circulando no sangue mesmo depois de ter cessado a causa.

A elevação da pressão arterial e da freqüência cardíaca, segundo cardiologistas, podem causar danos às paredes internas das artérias. O sistema imunológico, de quem vive brigando até com a “sombra”, não sai ileso. A pessoa fica fragilizada, tornado-se vulnerável não somente às cardiopatias, mas, também ao câncer e outras doenças graves.

Treinar para ser dócil

Mais do que promessa, agir com sabedoria é uma opção de vida. Amenizar a agressividade requer treino. Mas não é impossível, é só querer.

Muitas vezes, deixamos nos levar pela raiva e perdemos a empatia com os outros. Para não se tornar insensível, temos que ajudar aos que nos rodeiam sempre que tivermos condições. Será um bom começo.

Importante, também, é identificar a causa da fúria. Esse esforço consciente ajuda a racionalizar a situação e achar alternativas como, por exemplo, descobrir se não estamos colocando expectativas demais em ombros que não os são nossos.

O passado pode e deve ficar para trás. Alguém nos magoou profundamente há algum tempo, por ele continuamos aflitos e irados, enquanto o mesmo pensa que nada fez de errado. Solução: nos abrirmos expondo o desagrado ou esquecemos o assunto. Mas é para esquecer mesmo e não embutir, pois, caso contrário numa hora qualquer a hostilidade se fará presente novamente.

Ajuda bastante colocar no papel as situações que deixam hostil. Exemplo: se com freqüência o chefe não o trata bem, descreva o comportamento dele, até que ponto isso abala as suas estruturas, como é sua reação. Depois, é só avaliar o que dá para ser mudado.

Dar a volta por cima, com categoria, é gostoso e saudável.

Quando estiver prestes a fazer uma briga feia com alguém, pare e conte até 10, 100, 1000! Há muitas formas de demonstrar o descontentamento. Se acontecer na base de gritos e ofensas, só vai piorar. O melhor é dizer que está com a cuca quente, que precisa dar uma volta para espairecer. Com isso estará adiando a conversa para um momento em que o diálogo possa acontecer civilizada e produtivamente.

Viver no amor e na compreensão é mais fácil do que viver na hostilidade. A saúde do corpo e mente agradecem

Serviço

Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal. Fone:- 236-9225.

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