Wadyha Haddad foi indicada pela escritora e colaboradora do JA, Sarah Coelho Silva, para falar sobre a sua vida e seu trabalho em Araraquara.
JA – Como foi a vinda da sua família para Araraquara?
W.H. – Meu pai veio do Líbano e, como a maioria dos emigrantes árabes, com a garra e vontade de trabalhar e crescer, iniciando sua vida em Matão, como mascate.
Minha mãe chegou alguns anos depois, seguindo para Monte Alto, onde já se encontravam alguns de seus irmãos, e prometida em casamento ao meu pai.
Após o enlace, moraram em Matão algum tempo, onde meu pai e seu irmão, já tinham uma “lojinha”.
E por que Araraquara?
Matão se tornou muito limitada para o dinamismo e ambição de meu pai, portanto, logo mudaram-se para Araraquara, onde nasceram mais 5 filhos e onde prosperou como comerciante e mais tarde industrial, sendo o pioneiro da indústria têxtil na nossa cidade.
Eu portanto, nasci, cresci, estudei, me formei e casei aqui.
Você se casou com um araraquarense?
Sim, meu marido é araraquarense também, e como eu, descendente de libaneses. Temos até um parentesco distante.
Os seus filhos nasceram aqui e aqui estudaram?
Nossos 7 filhos nasceram aqui, estudaram e se formaram, alguns em nossas faculdades e outros fora daqui, também três de nossas netas são araraquarenses.
Você está envolvida em algum trabalho comunitário?
Participo, há muitos anos, da Casa da Amizade do Rotary Club Araraquara costurando para entidades que cuidam de pessoas carentes.
A nossa Casa da Amizade possui atualmente uma pequena fábrica de fraldas geriátricas para atender idosos dos asilos e pessoas necessitadas, sem recursos. Para este trabalho, existe uma equipe especializada que trabalha incansavelmente.
Qual o retorno pessoal desse trabalho?
É gratificante sentir-se útil e poder colaborar para minimizar as necessidades de seu semelhante.
Gostaria e pretendo participar de mais algum trabalho voluntário.
Acha que, atualmente, é mais difícil criar filhos?
Esta pergunta não é muito fácil de ser respondida, pois, teríamos de fazer uma análise das condições de vida atuais e de como eram antigamente.
Reconheço que não é fácil para os pais conseguirem segurar as rédeas e lutar contra a maré do consumismo, novelas que transmitem conceitos deturpados de família, fidelidade e honestidade; propagandas abusivas do consumo de bebidas, levando os jovens a consumirem álcool ainda adolescentes, enfim, a luta é árdua.
Como você mantém sua vida espiritual?
Quando eu era criança, aprendi a temer a Deus, mas, a vida me ensinou que Deus é amor. Esse sentimento que nos ensina a amar o próximo com mais humildade, generosidade e doação.
Eu e meu marido, procuramos nortear nossas vidas nesta luz que emana de Deus e direcioná-la para nossos filhos e netos.
Qual o conselho que você daria aos novos pais para melhorar o relacionamento com os filhos?
Amor, diálogo aberto, franco e sincero, respeito mútuo, coerência nas decisões do sim e do não.
Como você vê a mulher de hoje?
Vejo com admiração e nunca duvidei da capacidade, potencialidade e sobretudo versatilidade da mulher, atuando com competência em todos os campos.
Gosta de esportes, pratica algum?
O esporte, de uma maneira geral é benéfico a todas as pessoas, em todas as idades.
Frequento a academia do clube e pratico natação quase que diariamente e sinto no corpo e na mente os benefícios que esta prática me traz.
O que você acha do movimento da 3ª idade?
Talvez não tenha havido nada melhor para a 3ª idade, do que estes grupos de convivência que estão proliferando em todo o país. Já sabemos que a população de idosos tende a aumentar no Brasil, portanto, nada mais justo que se dê uma atenção maior a esta faixa etária.
Quais as atividades que favorecem a qualidade de vida?
Lazer, viagens, cultura, palestras, dança, música, teatro, coral, faculdades, etc; proporcionando prazeres que muitos nunca teriam oportunidade de ter.
Mensagem…
Não fique preso as suas desilusões do passado. Não permita que elas lhe entristeçam o presente, nem atrapalhem o futuro, pois é no futuro que vamos passar o resto de nossa vida!