VeraCidade

Vera Botta (*)

Parcerias à vista: um namoro que pode dar casamento?

Fora das disputas político/partidárias, que roubaram a cena no último período, há desafios que se impõem a todos os que querem participar da construção do futuro de nossa cidade. Felizmente, compromissos não são interrompidos com o resultado das urnas. Mãos à obra!

As Audiências Públicas realizadas sobre o Orçamento Municipal 2005 não nos têm deixado ilusões. Período de vacas magras pela frente. Momento mais do que propício a investir em novas sementeiras. Falo da relação entre poder público e iniciativa privada que, ao contrário do que muita gente possa imaginar, pode ser fortalecida, dependendo do rumo que tomar. Quem achava inconcebível que pudesse haver objetivos comuns no horizonte dessas duas instâncias, pode por as barbas de molho e oxigenar a cabeça para não fazer julgamentos precipitados.

O que o debate realizado em parceria entre Prefeitura, Uniara e Sesi sobre Políticas Públicas e Responsabilidade Social, com a participação do Fórum Empresarial de Apoio à Cidade de São Paulo revelou?

O desafio está lançado

Perguntas não faltam. Como modernizar a administração pública, não se limitando à dimensão da “participação popular”, mas visando alcançar o conjunto da sociedade local? Como superar a concepção do Estado Paternalista e do município provedor que claramente dá sinais de fadiga? Será que o “deus todo-poderoso” mercado tem capacidade para equacionar o conjunto de problemas econômicos e sociais? As privatizações resolvem? Os Conselhos Municipais têm funcionado como canais de co-gestão e sua avaliação tem sido incorporada ao cotidiano da administração pública? Zum. Zum, Zum… Estamos mais do que em tempo de fazer esta avaliação!!!

Atenção, atenção!

Os sinais de alerta para o modelo que se esgota estão expostos a “olhos vistos”.

As formas usuais da administração pública levar adiante seus projetos têm que ser modificados. Não é possível continuarmos a deixar o ônus do financiamento da administração pública para a população, através do aumento de taxas. A fonte está secando e a vontade de revitalizá-la exige um olhar atento sobre as perspectivas da parceria público-privado. Nossa Velha Senhora balançou afirmativamente a cabeça… “Nem quero ouvir mais falar em taxas, em aumentos… Você pode dar este recado aos coordenadores do DAAE e das empresas de ônibus?”

Araraquara na rota da parceria

Em nossa cidade as parcerias público-privado já têm um percurso trilhado… Sérgio Sgobgbi, Secretário de Desenvolvimento Econômico relatou algumas experiências que mostram que a seara é fértil… Dentre elas, a parceria entre a Secretaria de Assistência Social e Iesa/Inepar, com atendimento de 80 jovens, o apoio do Banco do Brasil ao projeto Revita Centro que deu nova cara à rua 9 de Julho, o investimento das empresas aeronáuticas na formação e qualificação de jovens… Parcerias que são muito bem vidas… Por que não estimular parcerias de forma a ter as empresas efetivamente contratando portadores de deficiência? A lei já existe… Falta vontade política? Por que não levar as contrapartidas a enfrentar o Primeiro Emprego e o Começar de Novo dirigido aos cidadãos de mais de 40 anos?

Pequenas conquistas podem fertilizar a caminhada

Permito-me dizer que essas parcerias podem alimentar projetos de desenvolvimento local/regional com sustentabilidade democrática. Desde que a consideremos não uma associação entre amigos, uma concessão permissiva. Trata-se de um equacionamento que exige confiabilidade e novas responsabilidades… Até o decantado e inflexível pedágio poderia ter outro rumo se fosse objeto de uma parceria movida por uma nova cultura política. Afinal, tais investimentos devem ser pautados pelo campo dos direitos, não o dos favores. Se a vontade for, de fato, criar cidadãos e não súditos!!!

A Coluna fica por aqui. Com o compromisso de separar alhos de bugalhos nesta história que é nossa por ser de Araraquara. Aos funcionários públicos que não tiveram quase nada a comemorar no seu dia, minha solidariedade. A luta continua. Na saudade dos mortos que possamos passar o dia de Finados com muita paz no coração. Boa semana a todos. Até a próxima!

(*) È vereadora pelo PT e pesquisadora da Uniara.

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