O álcool abarrota os tanques das usinas…então é hora de estimular o consumo. Nada mais natural, numa demanda reprimida. O álcool, pelo preço convidativo, passa a ser mais consumido. A atual defesa dos usineiros por aumento de 20% também é natural. É o chamado processo hedonístico, a lei maior da procura e oferta. Com isso, o mercado volta ao equilíbrio.
Então está tudo muito bom? Não, está péssimo.
As pessoas desse segmento verde-amarelo com a marca da criatividade brasileira para driblar a fonte mineral, não renovável, estão perdendo mais uma oportunidade de ouro. A confiabilidade, indiscutivelmente menor devido às improvisações, deveria ser aproveitada com uma política forte, cientificamente consistente e conseqüente. Afinal, estamos falando de energia renovável que significa respeito à natureza, autonomia para a nossa frota e dólares no lastro do Banco Central. E socialmente falando, ao invés de milhares de empregos subtraídos por máquinas colheitadeiras (cada uma substitui 60 operários e não tem dor-de-cabeça, filhos doentes, encargos sociais e nem capacidade de pensar) poderíamos, na esteira da seriedade, estar pensando em melhorar o salário de uma multidão, fixando-a ao campo com a bem-vinda decência. Enfim, o Brasil tem jeito sim, mas, com gente séria no comando de um setor tão vital como esse.
Por isso, consoante pronunciamento desta semana do presidente da Afavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Ricardo Carvalho, sobre a montagem, dentro de um ano, do carro movido à álcool e gasolina que é esperado pela Índia, México e China, existe uma luz bem focada. Essa alternativa não é só do Carvalho, mas, a solução para os consumidores brasileiros que, assim, teriam garantia de abastecimento.
E dos governantes, o que se espera? Que não atrapalhem!