A Unesp (Universidade Estadual Paulista) anulou ontem uma questão de história da prova de conhecimentos gerais, aplicada no domingo.
A pergunta 60 falava sobre a relação dos EUA com a América Latina nas décadas de 60 e 70. A alternativa que seria a correta, a “E”, afirmava que a relação “pautou-se por um clima tenso, sobretudo depois da subida ao poder de Fidel Castro e da crise dos mísseis na baía dos Porcos”.
Segundo a coordenação, “houve, de fato, duas crises nas relações dos EUA com a Cuba revolucionária, a “crise dos mísseis” e a “da baía dos Porcos'”. Na alternativa, faltou o conectivo “e”.
“Nós julgamos que prejudicaria justamente os melhores candidatos, que perceberam o erro e não escolheram a alternativa porque acharam que era uma pegadinha”, disse Fernando Dagnoni Prado, diretor acadêmico da Vunesp, fundação responsável pelo exame. Segundo ele, com a anulação, a prova passa a ter um máximo de 83 perguntas certas, mas continua valendo cem pontos.
“Também resolvemos não dar o ponto para todos porque os candidatos não podem zerar. Se déssemos, a pessoa não seria eliminada mesmo se não acertasse nada de história”, disse Prado.
Fuvest e Unicamp também tiveram problemas em suas provas. A possibilidade de dupla interpretação em uma das questões de geografia na primeira fase da Unicamp fez a universidade ter de aceitar duas possibilidades de resposta. A Fuvest anulou um teste de matemática devido a uma imprecisão no enunciado.
Ontem, dia das provas específicas da Unesp, uma pergunta de física para os candidatos de exatas também foi questionada. Segundo o professor do Objetivo Eduardo Figueiredo, a força gravitacional dada na 13ª pergunta estava errada, já que tinha o valor 1,5 na frente da fórmula tradicional.
A questão, entretanto, não foi anulada, segundo Prado, pois trata-se de uma espaçonave com os propulsores ligados. “O 1,5 significa que a nave estava sendo mantida de forma forçada na órbita. Pelas Leis de Kepler, para cada órbita, há uma determinada velocidade. Para manter em uma órbita com velocidade diferente, é preciso mudar a força”, disse ele.