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Uma tragédia anunciada

Carlos Nascimento (*)

As últimas informações sobre o encontro de 14 celulares no interior da penitenciária de Araraquara são mais que estarrecedoras. Tal fato é a materialização de um cenário de caos total no sistema carcerário e penitenciário, da interminável sensação de incontrolável insegurança nos cidadãos e da urgente necessidade de somarmos esforços para avançarmos na construção de um novo paradigma.

Há tempos venho alertando publicamente na câmara municipal, a situação preocupante vivida no fórum da cidade, onde por repetidas vezes temos o desenrolar de várias audiências de presos, muitos deles de alta periculosidade acontecendo em meio ao a um ambiente mínimo de segurança, expondo de forma absurda, profissionais do direito, funcionários, magistrados, pessoas comum da sociedade e, sobretudo, os poucos policiais que são obrigados a fazer as escoltas de elevado grau de desgaste físico e psicológico.

Esta é a mais perfeita combinação explosiva dos fatos, somando-se a tais audiências de alto risco, a fragilidade do sistema penitenciário que permite a entrada de celulares e outros instrumentos, no interior da penitenciária, o sucateamento das polícias, a audácia cada vez maior dos marginais que sucessivamente buscam impor ações de grande monta e, por fim, em muitos casos o silêncio, o corporativismo, a conivência do alto comando do sistema de segurança pública que reitera uma prática de não enfrentar as dificuldades de frente, subjulgando-se a interesses corporativistas e hierárquicos, da hipocrisia de muitos governantes e políticos que preferem não abordar o tema para não ferir interesses. Tudo isso acaba por constituir um cenário propício para que tenhamos (esperamos jamais ocorrer), uma tragédia de grandes proporções, onde certamente a sociedade será a maior vítima.

Diante disso, penso urgente uma mobilização de todas as forças da cidade para externar essa realidade de forma corajosa, romper os limites do interesse menor e colocar acima de tudo os interesses coletivos que poderão de fato mover organismos, instituições, indivíduos, conselhos municipais que de forma concreta abracem o problema e reflitam sobre tal conjuntura, criando alternativas práticas.

Nesta perspectiva, o Conselho Municipal de Segurança por abarcar a representatividade de todo o município deve ocupar um papel de destaque. Por isso mesmo deve ser apropriado de forma responsável e valorizado por todos.

(*) É vereador do PT de Araraquara.

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