Programa “Frentes da Cidadania” oferece curso gratuito aos participantes.
Duas vezes por semana, 17 trabalhadores do Programa “Frentes da Cidadania” aproveitam o horário de almoço para adquirir mais conhecimento. Enxadas são substituídas por uma ferramenta indispensável no mundo moderno: o computador.
As aulas de informática tiveram início há duas semanas e, embora ainda falte habilidade para muitos deles, sobra força de vontade. Se depender do empenho do professor Roberto Zaniolo Álvaro da Costa, que trabalha como voluntário, nos próximos três meses todos já estarão familiarizados não só com o computador, como também com os programas. Uma hora antes das aulas, todos almoçam no Centralizado Municipal e, de lá, seguem em ônibus da prefeitura para a EMEF “Olga Ferreira Campos”, no Jardim Universal. Para quem permanece a maior parte do dia envolvido com trabalhos braçais, parar significa muito mais do que descansar, representa a chave para o crescimento profissional, a possibilidade de reinserção no mercado de trabalho. O projeto, ainda piloto, integra o Núcleo de Qualificação Profissional numa parceria entre as Secretarias Municipais de Assistência Social, Educação e Desenvolvimento Econômico.
As aulas iniciais são de “Introdução à Informática” e, neste primeiro momento, os alunos estão tendo contato com mecanismos de Hardware. “Como a maioria nunca teve acesso ao manuseio de um computador, preferi começar o curso mostrando como os componentes do computador funcionam e como podem interagir com o usuário. Neste caso, procuro utilizar uma didática que se aproxime ao máximo da realidade deles, dando exemplos de situações vivenciadas no trabalho, na vida em família,” explicou o professor Zaniolo. Ele acredita que iniciativas como esta contribuem para a diminuição do analfabetismo digital. Para aprender computação não importa a capacidade intelectual de uma pessoa. Se tivermos nas comunidades gente com curiosidade e persistência, já estaremos avançando dentro deste processo de inclusão digital que aos poucos o município esta implantando.
Bem
Outro benefício do curso é que os participantes do programa também estão tendo um primeiro contato com a Língua Inglesa. Num segundo momento, os alunos aprenderão a utilizar o sistema operacional Windows 98 e aplicativos como Word, Excel e Power Point, softwares que são exigidos o domínio, atualmente, no mundo do trabalho. Carlos Antonio da Silva Rizzo, de 37 anos, aluno do curso, sabe mais do que ninguém as conseqüências da falta de qualificação profissional. Toda vez que ia procurar emprego, perguntavam que cursos ele tinha feito e se dominava computação. De cada dez empresas, ele era barrado em oito. Em função disso e de não ter concluído o ensino médio, acabou ficando desempregado por 4 anos e teve que se virar catando latinhas na rua, já que tinha dois filhos para sustentar. No momento, ele participa também do curso de Economia Solidária e disse que está se preparando para voltar ao mercado de trabalho, quando o seu contrato com a prefeitura terminar.
O curso de Economia Solidária está sendo realizado às terças e sextas-feiras, das 13h30 às 16h30, na sede do Sest/Senat. Através de aulas, estudo de casos e visitas monitoradas, os alunos estão tendo as principais noções sobre as novas formas de organizações sociais nos negócios, com ênfase para o cooperativismo.