Teste o seu Português (681)

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Prof.ª Dr.ª Terezinha de Jesus Bellote Chaman (*)

Tributo ao grande mestre: Prof. Dr. Pe. Mário José Filho. Aos 02 de maio, completaria 67 anos.

Quando fé e razão se cruzam…

[…] a estrada é esta: não perder a paixão pela verdade última, nem o anseio de pesquisa, unidos à audácia de descobrir novos percursos. É a fé que incita a razão a sair de qualquer isolamento e a abraçar de bom grado qualquer risco por tudo o que é belo, bom e verdadeiro. Deste modo, a fé torna-se advogada convicta e convincente da razão. (Fides et Ratio)

Perguntamos: torna-se possível ser pai e mãe de almas e de intelectos?

A corrente agostiniana já intuíra a profunda inquietude do coração humano. Inquietude essa que só plenifica o ser homem na doação ao outro; na vivência em sociedade com os outros. Assim, não são as pessoas que nascem da sociedade, mas é a sociedade que nasce das pessoas.

Precisamo-nos: ao nascer; no decorrer da vida buscamos o outro, seja formando uma família, seja consagrando-nos a uma vida celibatária; no final da estrada, na velhice, certamente os filhos serão portos seguros, até que mãos piedosas nos estendam no túmulo, num derradeiro ato que implicará, mais uma vez, a necessidade da convivência, da comunhão, da sociedade.

Foresi (1977, p. 26) pontua-nos: “É, portanto, intrínseca à concepção cristã do homem, uma filosofia da história, ou melhor, uma teologia da história, ainda antes da existência de qualquer historicismo idealista ou materialismo histórico”.

Isto dito, fica-nos clara a necessidade que o homem tem de encontrar-se na humanidade. Taparelli, filósofo e sociólogo, reiterando o referido, assim se manifesta: “[…] a sociedade nasce da unidade de fins, derivada da unidade de conhecimento, que produz união de vontades… Tirai um destes elementos e a sociedade desaparece”. (apud FORESI, 1977 p. 81).

Diante dos desafios da sociedade de hoje, marcada pelo pluralismo e pelo relativismo, o sacerdote, como homem de comunhão, deve estar preparado a construir comunidades, nas quais os cristãos poderão dar testemunho da vida cristã e, principalmente, do amor evangélico. O sacerdote, homem de diálogo, aberto a todos, testemunha credível da palavra de DEUS e da qual torna-se um anunciador. Eis O Sacerdote: Pe. Mário. Eis sua casa: Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Ribeirão Preto. Eis sua comunidade religiosa, sua comunidade de fiéis, de famílias, de equipes de Nossa Senhora. Pe. Mário: um homem enamorado da Palavra de DEUS, apto a dialogar com o homem de hoje e com suas diversas propostas culturais e religiosas. Não só um pregador da Palavra, mas um vivenciador do ser Palavra.

E porque aprendeu a ser Palavra, não se confinou às paredes de sua igreja, de sua comunidade religiosa e de fiéis. Não, quis ir além: buscou a universidade, certamente na querência do diálogo fecundo entre professor/aluno, diálogo permeado pela ética e pela coerência, pela crença de que ao ensinar se está aprendendo, pela certeza de que cada encontro traria a criticidade, o florescer e também o crescer do hábito da pesquisa, reitero, diálogo permeado pelo respeito aos saberes do educando.

Lembramo-nos, com gratidão, de suas observações a respeito do texto: Viver a tese é preciso. Texto que nos apaixonou e fez resvalar, naquele verão de 2010, com prenúncios de outono, a poesia de Pessoa: “Terezinha, leia Antunes: Adeus ao trabalho?” Foi o que fizemos. Leitura, releitura, releituras… Então entendemos o porquê. E o Antunes continua sobre nossa bancada.

Quanto, ainda, poder-se-ia discorrer sobre Pe. Mário, orientador escolhido e aceito, vice-coordenador do grupo de pesquisa GEPEFA (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Famílias), coordenador do programa de Pós-Graduação em Serviço Social, nosso mestre na arte de falar baixo, de ouvir, de fazer a crítica com segurança e bondade: um a um dos projetos de pesquisa foram apresentados naquela sala, tipicamente feminina, não fora a presença de Pedro e de Pe. Mário. Disciplina: Seminários de Tese. Um vale verde…

Mas… existe sempre um momento, um tempo, para tudo embaixo do sol. Sim, existe! Protagonistas somos, ao longo de nossas vidas de fatos gritantemente paradoxais: ora se nasce… ora se morre; ora planta-se… ora arranca-se o que se plantou; ora fere-se… ora cura-se; ora demole-se… ora constrói-se; ora chora-se… ora ri-se; ora toma-se leito… ora dança-se; ora lançam-se pedras… ora amontoam-se as pedras; ora têm-se cuidados… ora deixa-se perder; ora guarda-se… ora atira-se fora; ora rasga-se… ora cose-se; ora cala-se… ora fala-se; ora ama-se… ora desama-se; ora se faz a guerra… ora se faz a paz; ora se dá abraços… ora se faz a separação!

Sim, reiteramos, quando fé e razão se cruzam… e se harmonizam… criam raízes e permitem voos… muitos voos… frutos… muitos frutos… advindos de um grão-de-trigo maturíssimo: Prof. Dr. Pe. Mário José Filho.

Então, se pode à indagação inicial responder, sem medo de errar: é possível ser pai e mãe de almas e de intelectos, quando se é um homem de comunhão.

Por derradeiro, adentremos à reflexão de um fragmento de Fides et Ratio:

É ilusório pensar que, tendo pela frente uma razão débil, a fé goze de maior incidência; pelo contrário, cai no grave perigo de ser reduzida a um mito ou superstição. Da mesma maneira, uma razão que não tenha pela frente uma fé adulta não é estimulada a fixar o olhar sobre a novidade e a radicalidade do ser… Ao desassombro (parresia) da fé deve corresponder a audácia da razão.

Teste o seu Português:

01 – No início de uma receita, sempre faço a _____________ de ingredientes e temperos.
a ( ) selesão;
b ( ) celessão;
c ( ) seleção;
d ( ) celeção.

02 – Bom mesmo é degustar um queijo tipo _________ passado no fogo, com sal e orégano.
a ( ) coalho;
b ( ) cualho;
c ( ) coalio;
d ( ) qualio.

03 – A _______________ da rua não foi feita de forma correta.
a ( ) varressão;
b ( ) varrissão;
c ( ) varreção;
d ( ) varrição.

04 – Por causa de uma __________, não estou podendo beber nada.
a ( ) afita;
b ( ) hafita;
c ( ) afta;
d ( ) hafta.

05 – Adoro ver o Carlos de paletó escuro com ________ brancas.
a ( ) listas;
b ( ) listras.
A forma listra é mais usual (Neves 2003).

06 – Em minha chácara, os pés de ___________ estão carregados.
a ( ) mecherica;
b ( ) mixirica;
c ( ) michirica;
d ( ) mexerica.

(*) Pesquisadora do GEPEFA – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Famílias – UNESP/Franca.

Respostas:

Resp 1.: c – Quando inicio uma receita, sempre faço a seleção de ingredientes e temperos.
Seleção (= separação).
Resp 2.: a – Bom mesmo é degustar um queijo tipo coalho da Quatá, passado no fogo, com sal e orégano.
Coalho (= substância com que se coagula o leite, na fabricação de queijos).
Resp 3.: c – d – A varreção ou varrição da rua não foi feita de forma correta.
Varrição ou varreção (= ato de varrer, limpar com vassoura, varredura): Borba 2002.
Resp 4.: c – Por causa de uma afta, não estou podendo beber nada.
Afta (= pequena vesícula esbranquiçada, vulgarmente chamada de sapinho).
Resp 5.: a – b – Adoro ver o Carlos de paletó escuro com listas ou listras brancas.
Listra ou lista (= são formas variantes): risca, traço.
Resp 6.: d – Em minha chácara, os pés de mexerica estão carregados.
Mexerica (= fruta cítrica muito apreciada em gomos, tangerina, bergamota).

OBS.: Colunista semanal dos jornais Diário do Grande ABC (SP) e Jornal de Araraquara (SP), Jornal Independente – Dois Córregos (SP), Tribuna do Norte – Natal (RN), Jornal de Nova Odessa (SP), Diário da Franca – Franca (SP) e Diário de Sorocaba – Sorocaba (SP) – Jornal de Itatiba – Itatiba (SP) – O Liberal Regional – Araçatuba (SP) – Diário da Serra – Tangara da Serra (MT) – Gazeta Penhense – Penha/SP – Gazeta do Ipiranga/SP.

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