Marta B. Rinaldi (*)
Foi realizado no Plenarinho da Câmara Municipal, nesta semana, um amplo debate sobre queimadas com a presença de Almir Zancul, coordenador do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal; Tenente Cássio, Comandante do Corpo de Bombeiros de Araraquara; Tenente PM Luiz Gustavo Biagioni, da Polícia Ambiental; Engº Agrônomo Narciso Zanin, representando a Usina Zanin; Adiel Augusto Gonçalves, Assentamento Bela Vista; Denilson Teixeira, representando o Centro de Estudos Ambientais – Uniara, Luiz Henrique, representante dos fornecedores de cana; dos vereadores Nascimento, Edmilson, e o presidente da Câmara, Eduardo Lauand.
O debate, organizado pela vereadora Vera Botta, teve um desfecho diferente dos que já foram realizados na Câmara Municipal. Após minuciosa exposição do Assessor de Comunicação do setor usineiro (J.P.P.) sobre a legislação da queima da palha da cana e sobre os métodos utilizados por meio de comunicação eletrônica para o controle da queima da palha da cana, em ação conjunta com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, foram colocadas questões relativas às queimadas urbanas e na área dos assentamentos rurais. O Coordenador do Meio Ambiente atestou a revitalização das multas, mas vê com bons olhos a possibilidade de uma campanha mais ofensiva dirigida à conscientização e à denúncia dos responsáveis por atear fogo nos mais de 40 mil terrenos vazios. O representante do assentamento Bela Vista fez um dramático apelo às autoridades para que a cana não seja queimada nos seus quintais, ameaçando inclusive o Posto de Saúde localizado na agrovila. A vereadora Vera Botta propôs uma agenda continuada de negociações destacando como próximo ponto a discussão de contrapartidas por parte do setor alcooleiro aos efeitos danosos das queimadas urbanas e à possível contribuição para ser efetivada uma política ambiental no município, a qual poderá passar por um trabalho conjunto de recomposição de matas ciliares e de plantio de mudas nativas.
O debate mostrou que ações afirmativas sobre as questões das queimadas não podem se limitar a críticas ou defesas sobre o fim puro e simples desta prática. O setor sucro-alcooleiro, que vive um momento econômico positivo, parece ter aceitado o desafio de firmar com os poderes, através da Câmara, o compromisso com melhor qualidade de vida para nossa Morada.
(*) É assessora parlamentar