Temperaturas elevadas no Brasil oferecem riscos à saúde; confira 7 dicas para evitar problemas no calor

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Onda de calor repentina que afeta o Brasil, com termômetros marcando mais de 40°C, exige cuidados redobrados com a saúde para prevenir complicações que podem levar até mesmo à morte.

O Brasil tem experimentado uma onda de calor repentina. A previsão é que as temperaturas cheguem a 45°C em diversas regiões do país, um recorde para essa época do ano. E as consequências para o organismo podem ser graves. “O calor leva à perda excessiva de líquido e sais minerais pela pele, então há um aumenta no risco de distúrbio hidroeletrolítico no sangue e desidratação. Além disso, as altas temperaturas causam uma vasodilatação, exigindo que o coração tenha que fazer muito mais esforço para bombear o sangue para a periferia”, diz a Dra. Deborah Beranger, endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ). Essa vasodilatação também resulta em uma sobrecarga nas veias dos membros inferiores. “Como resultado, torna-se mais comum apresentarmos sintomas como cansaço, sensação de peso na região, câimbras, dor e edemas. Além disso, o risco de problemas vasculares como trombose e, principalmente, varizes também aumenta”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Como a pele desempenha um papel crítico de proteção e regulação da temperatura corporal, as ondas de calor também podem afetá-la. “A incapacidade de resfriar adequadamente durante eventos de alto calor pode levar a insolação e morte, por exemplo. Além disso, quando as temperaturas são altas, as pessoas podem passar mais tempo ao ar livre. E um grande problema nesse sentido é o aparecimento de câncer de pele”, aconselha a dermatologista Dra. Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Por isso, é fundamental redobrar os cuidados com a saúde, conforme um time de especialistas explica abaixo:

Mantenha-se hidratado – A hidratação é o principal cuidado necessário quando as temperaturas sobem. “Por causa dos dias mais quentes, o organismo precisa ativar mecanismos para manter a temperatura do corpo em níveis ideais, abaixo de 37º C, como a transpiração e a respiração, que aumentam a perda d’água”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). A recomendação de ingestão ideal varia de acordo com uma série de fatores. Mas, no geral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que adultos saudáveis consumam, no mínimo, dois litros de água por dia. Outra maneira de estimar essa quantidade é multiplicar o peso corporal por 0,03 e considerar o resultado como o volume a ser consumido. “Para hidratar o organismo, o melhor é consumir água, mas a hidratação pode ser complementada com outros líquidos como sucos e chás, além de alimentos ricos em água, incluindo melancia, melão, tomate e pepino”, aconselha a Dra. Marcella.

Evite certos hábitos: Cuidado com hábitos que favorecem a desidratação, como o consumo de bebidas alcoólicas. “O mais recomendável é não beber, mas, caso consuma, o ideal é alternar a bebida alcoólica com a ingestão de pelo menos duas vezes a quantidade de água para reduzir os danos”, recomenda a nutróloga. O consumo de alimentos ricos em sal também deve ser controlado, já que, além de contribuir com a desidratação, aumenta a pressão arterial. “O sal, ao chegar na corrente sanguínea, causa uma grande alteração no equilíbrio dos líquidos internos. Logo, o excesso da substância causa retenção de líquidos, o que aumenta a sobrecarga do sistema circulatório, a pressão e o risco para o coração”, alerta a Dra. Aline.

Cuidado com o ar-condicionado: O ar-condicionado é uma ótima maneira de lidar com o calor e resfriar o ambiente. Mas é importante ter cautela ao utilizá-lo. “Aparelhos resfriadores de ambientes reduzem a umidade do ar para diminuir a temperatura. E se expor excessivamente a essas condições pode causar consequências, principalmente respiratórias”, explica o Dr. Danilo S. Talarico, médico pós-graduado em Tricologia Médica e Dermatologia Clínica e Cirúrgica. Por isso, é importante maneirar no uso desses aparelhos. “Invista em outras estratégias para reduzir a temperatura do ambiente. Por exemplo, evite a entrada da luminosidade solar, mantenha portas e janelas abertas para favorecer correntes de vento e evite a iluminação artificial quente, dando preferência aos LEDs. Plantas também são grandes aliadas para regular a temperatura do ambiente”, recomenda o médico. Se utilizar o ar-condicionado, invista também em um umidificador de ar para repor a umidade do ambiente. “A exposição ao ar condicionado por longos períodos também pode causar perda das oleosidades naturais da pele, favorecendo o ressecamento do tecido cutâneo e o surgimento de dermatites. Por isso, é importante utilizar cosméticos com alta propriedade hidratante na pele do corpo e do rosto”, aconselha a Dra. Cintia Guedes.

Proteja a pele: Com as altas temperaturas, devemos redobrar os cuidados com a fotoproteção para prevenir os danos causados pela radiação solar. “A proteção do filtro solar deve ser eficiente contra as radiações UVA e UVB, que, quando atingem a pele sem proteção, causam danos cumulativos que favorecem o fotoenvelhecimento e lesões de pele pré-cancerosas. Por isso, o recomendado é aplicar diariamente um protetor solar com FPS de no mínimo 30, mas é interessante também escolher um produto formulado com antioxidantes, que oferecem um benefício a mais para evitar os danos”, ensina a dermatologista Dra. Lilian Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mas lembre-se que não basta aplicar o fotoprotetor apenas uma vez. “O protetor solar deve ser reaplicado no máximo a cada 3 horas, mas, caso você entre em contato com a água ou transpire excessivamente, o ideal é que o produto seja reaplicado antes desse período”, explica a Dra. Cintia Guedes.

Use roupas leves: Para enfrentar as altas temperaturas com mais tranquilidade, o Dr. Danilo Talarico recomenda dar preferência a roupas feitas à base de tecidos naturais, como o algodão, que permite a absorção do suor e facilita a ventilação, conferindo mais conforto. “Cores claras também ajudam a acumular menos energia luminosa que se converte em calor. Porém, caso você vá se expor diretamente ao sol, é importante aplicar o protetor solar no corpo também e optar por roupas feitas com tecidos que contenham FPU (fator de proteção ultravioleta) para evitar os danos dos raios solares à pele”, aconselha o médico.

Reduza a exposição ao sol: Com o aumento das temperaturas, é importante reduzir a exposição ao sol ao máximo. “Além de vestir roupas e acessórios, como óculos de sol e chapéus, fabricados com proteção ultravioleta, procure manter-se na sombra e usar barreiras como guarda-sol e sombrinha”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mas lembre-se que essas barreiras físicas são apenas coadjuvantes na fotoproteção e não são suficientes sozinhas, devendo sempre serem associadas a um fotoprotetor. “Estudos mostram que o guarda-sol, por exemplo, oferece, no máximo, proteção equivalente a FPS 8”, acrescenta a dermatologista. Se possível, evite também a exposição ao sol nos horários de maior radiação solar. “Evite a exposição direta ao sol depois das 10 horas da manhã até às 16 horas, para evitar o dano oxidativo e a produção de enzimas que degradam colágeno, inflamam e podem deixar o tecido cutâneo mais suscetível a lesões e doenças”, aconselha a Dra. Lilian Brasileiro.

Atente-se aos sinais do seu corpo: Preste atenção aos sintomas de problemas comuns durante as altas temperaturas, como a desidratação. “Os sintomas da desidratação incluem, além de sede, urina amarela escura, frequência urinária reduzida, cansaço, fraqueza, tontura, dor de cabeça, náuseas e ressecamento dos lábios, língua e olhos”, afirma a Dra. Marcella Garcez. Outro sinal para ficar atento é o inchaço. “O inchaço é um sinal comum da má circulação, ocorrendo quando o coração não consegue circular sangue suficiente para o corpo todo”, alerta a Dra. Aline Lamaita. Segundo a Dra. Deborah Beranger, febre, fraqueza e vômito, além de queimaduras na pele, são sintomas de insolação. “Desorientação e câimbras podem indicar perda de água e eletrólitos. Já o surgimento de sinusite e rinite pode ser sinal de ressecamento das vias respiratórios. E desmaios podem estar relacionados à queda da pressão”, destaca a endocrinologista. Na dúvida, busque um médico rapidamente.

FONTE:

*DRA. CINTIA GUEDES: Dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, a médica é pós-graduada em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, além de ter feito especialização em Medicina Estética pelo Instituto Brasileiro de Ensino (ISBRAE). CRM 124.447/RQE 61940 Instagram: @cintiaguedesdermatologia

*DR. DANILO S. TALARICO: Médico Graduado há 15 anos pela PUC-Campinas, Professor do Instituto da Pele de São Paulo (IPSP-Centro Universitário Ítalo Brasileiro) e da Faculdade Primum (Antigo Instituto BWS) nos cursos de Dermatologia, Tricologia, Transplante Capilar (Cirurgia Capilar) e Medicina Estética. Speaker Científico e Adviser Científico de Indústrias Farmacêuticas e Indústrias de Tecnologias Médicas. Pós-graduado em Dermatologia Clínica-Cirúrgica, Transplante Capilar e Tricologia Médica, Medicina Estética e Perícia Médica. CRM: 135.299-SP. Instagram: @drdanilotalarico

*DRA LILIAN BRASILEIRO: Médica especialista em Dermatologia, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É coordenadora e palestrante em eventos sobre tratamentos capilares e laser, além de autora de artigos e capítulos de livros publicados no Brasil sobre rejuvenescimento, dermatologia clínica, laser e tecnologias. CRM 156908 | Instagram @lilianbrasileiro.dermato

*DRA. PAOLA POMERANTZEFF: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais. Instagram: @drapaoladermatologista

*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez

*DRA. DEBORAH BERANGER: Endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) e pós-graduação em Terapia Intensiva na Faculdade Redentor/AMIB. Com cursos de extensão em Obesidade, Transtornos Alimentares e Transgêneros pela Harvard Medical School, a médica tem MBAs de Saúde e Qualidade de Vida, de Marketing e Branding Médico e de Mindset, todos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e curso de Obesidade e de imersão em Medicina Culinária pela Universidade de Campinas (UNICAMP). Fez Fellowship pela European Association for the Study of Obesity, em Portugal; é speaker dos laboratórios Servier, Novo Nordisk, Novartis, Merck, AstraZeneca, Lilly e Boehringer. Instagram: @deborahberanger

*DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018) e pós-graduação em Medicina Integrativa e Longevidade saudável. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557. Instagram: @alinelamaita.vascular

(Holding Comunicações)

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