Sylvio Goulart Rosa Jr. (*)
Tal qual os quilombos, que buscaram incansavelmente a libertação do jugo a que foram submetidos, o Brasil precisa lutar para se libertar da dependência imposta pelas economias desenvolvidas. Precisa da carta de alforria que liberte o país da senzala do sub-desenvolvimento e coloque-o no lugar merecido entre as economias centrais. E essa alforria não virá por um gesto de benevolência ou de consentimento. Terá que ser conquistada, buscada pela vontade política e com o suor do trabalho de cada brasileiro.
Uma economia como a nossa necessita criar poder de negociação para garantir um mínimo de vantagem competitiva no mercado globalizado. A criação dessas condições requer a implementação de políticas públicas de longo prazo e investimentos que estimulem o desenvolvimento tecnológico – valorizando as novas lideranças empresariais ligadas às empresas de base tecnológica. O papel desses empreendedores é cada vez mais vital, considerando a importância dos produtos e serviços com alto conteúdo tecnológico nas economias abertas.
Gerar conhecimento autóctone e promover a sua transferência para o setor produtivo é a única forma de quebrar a assimetria altamente vantajosa dos países desenvolvidos. É um modelo de inserção que a Fundação ParqTec – São Carlos prega e pratica há 17 anos, ajudando a manter vivo o ideal dos inconfidentes.
(*) É presidente da Fundação Parque de Alta Tecnologia.