Agência Brasil
A segunda edição do Mercado Internacional de Cinema registrou crescimento de 52% no número de filmes participantes. O evento, que tem como objetivo comercializar direitos de exibição de filmes nacionais no exterior, aposta em um aumento de 66% no valor das vendas.
O evento é paralelo às exibições do 37º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Vinte e nove compradores, de onze países, estiveram presentes em Brasília na última semana.
Neste ano, participaram do evento 302 filmes – entre curtas, ficção e documentários produzidos nos últimos dois anos. Em 2003, foram 198 obras. “A tendência é ir aumentando, pois ele já começa a repercutir”, avalia o presidente do Grupo Novo de Cinema, Tarcísio Vidigal, coordenador do Mercado.
Segundo ele, o Brasil lançou, em 2004, mais de quarenta filmes no mercado interno e, provavelmente, “ano que vem, vai ter uma produção de uns sessenta longas e mais de cem curtas, além de documentários”, aponta Vidigal.
Com o aumento na produção, veio o aumento nas vendas. Espera-se que o mercado renda para o Brasil US$ 600 mil nos próximos seis meses e US$ 2 milhões em dois anos. “Historicamente, o nosso cinema sempre teve um mercado mundial. O que desperta o interesse é a diversidade. Temos filme para todos os mercados: rurais, urbanos, históricos, baseados em romances, dramas familiares, filmes de praia, infantis”, afirma o coordenador do mercado. No ano passado, o mercado gerou para o cinema US$ 1,2 milhão.
O filme mais vendido este ano, segundo Vidigal, é “O homem que Copiava”, de Jorge Furtado. Entre vários negócios, no mercado, ele foi vendido para uma empresa mexicana com distribuição em onze países da América Latina. O filme está com 25 cópias para serem exibidas nos vizinhos latino-americanos.
De acordo com o presidente do Grupo Novo, os filmes mais procurados, além de “O homem que Copiava”, são “Olga” (de Jayme Monjardim), “Dom” (de Moacyr Góes) e os documentários “Soy Cuba” (de Vicente Ferraz) e “Dom Helder Câmara, o Santo Rebelde” (de Erika Bauer). O investimento brasileiro na promoção internacional do cinema é de R$ 12 milhões ao ano “vindos do governo e da iniciativa privada”, ressalta Tarcísio. Neste ano, mais de quarenta títulos nacionais já foram exibidos nas telas estrangeiras.
Em 2003, 25 compradores de 15 países estiveram presentes na primeira edição do mercado. Neste ano, foram 29 compradores, de onze países. A maior parte dos compradores é da América Latina e Europa. Mas houve também negociadores de outros países como Austrália, Japão e Canadá. “As pessoas estão cansadas de filmes americanos. Não vamos conseguir diminuir a presença deles, mas podemos mostrar a diversidade de outras culturas”.