Marilene Volpatti
Certo, ele aprontou horrores. Mas não se pode deixar que essa ferida a transforme numa pessoa amargurada.
Para muitas pessoas, que se queimaram num relacionamento, ficar sozinha parece a única opção para evitar nova mágoa. Convenhamos que não deve ser a única escolha. Os analistas dizem que pessoas podem aprender a lidar com as feridas de um relacionamento devastador e se abrir para um novo amor.
Muitas pessoas se culpam por ter se apaixonado por outra que traiu sua confiança. Parte da culpa vem de noções simplistas, que jogam sobre nossos ombros toda responsabilidade pela escolha errada.
Se persistir em fazer má escolha, tem que se checar o comportamento; para isso existe a psicoterapia.
Pessoas que acabaram de enfrentar uma rejeição têm sempre uma desculpa na ponta da língua para fugir de um convite. E a mais comum e aceitável é o trabalho. Só que o trabalho obsessivo isola as pessoas.
Roberta, 32 anos, acabou com seu casamento pela traição do marido. Ficou longo tempo sem sair com ninguém. Se entregou ao trabalho. No pouco tempo livre, se estendia na cama ou sofá para ver televisão. Quando se deu conta de que ficava em casa para assistir depressivas novelas, reprises de velhos filmes, acabou achando que alguma coisa errada estava acontecendo com ela. Isso assustou-a e fez com que tomasse uma atitude de imediato. Para quebrar o velho círculo vicioso, começou a dar pequenas festas em casa. Ver as pessoas em seu território dava mais segurança e a ajudou a recuperar a confiança social. Quando achou-se forte para sair com um homem, foi com o irmão de uma amiga.
Cuidado com ciladas
Quando as pessoas começam a circular novamente, parecem se dividir em dois grupos: as que caem na cama sem pensar duas vezes e as que evitam o sexo porque temem que vá fazê-las reviver os velhos tempos. O ideal é fugir dos dois extremos. É melhor pecar por excesso do que por falta de cautela.
Uma pessoa “rejeitada” pode se sentir mais vazia e mais amarga se tentar sepultar as lembranças fazendo sexo indiscriminadamente. É mais inteligente esperar a hora certa e fazer amor, mais elevado que o instintivo sexo.
O próximo
Não deixe que o atual parceiro pague pelos erros do ex. Mesmo que não fuja do sexo oposto, às vezes pode tratá-lo com cinismo – o que equivale a assinar a sentença de morte desses relacionamentos. Não é raro uma pessoa colocar o novo companheiro sob a mira de um microscópio e ficar procurando semelhanças, reais ou imaginárias, com o ex.
Tem quem tome atitude oposta, isto é, escolhe um parceiro cujo único atrativo é a ausência de semelhança com seu antigo relacionamento.
Arte do compromisso
Um dos piores erros que uma pessoa pode cometer depois de uma frustração é renunciar aos seus desejos. A objetividade naquilo que deseja da vida é importante. Exemplo: Suzana, 38 anos, se relacionou com vários homens depois de descasada. Eram divorciados que não estavam interessados em novo casamento e, quando se apaixonou por Tadeu, 39 anos, achou que era mais um. Decidiu tomar outro rumo no relacionamento. Decidiu que iria ser clara sobre suas intenções. Depois de 4 meses de namoro, disse que um dia queria se casar novamente e ter filhos. Ela admitiu que essa era a última coisa com a qual estava preocupado no momento, mas que poderia reconsiderar a questão no futuro, se ainda estivessem namorando. Tempos depois se casaram. Tadeu confessou: “você me conquistou no dia em que abriu o jogo sobre suas intenções”.
Pense
Se você está só, não fuja dos convites que vão surgindo. Pare de boicotar sua vida e siga em frente.
A rejeição ensina a mudar critérios. Novos valores são descobertos. É uma oportunidade para conhecer pessoas com interesses parecidos com os seus, e tê-las no topo de sua lista de conhecidos.
A atmosfera de uma festa, as atividades esportivas e algumas paqueras fazem bem a qualquer pessoa. Você pode aprender coisas sobre música, literatura e cozinha. Tudo será um aprendizado diferente e atraente.
Vale a pena arriscar.
Serviço:
Consultoria: Drª Teresa P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone: 236-9225