Parte da imprensa, num furo de reportagem, conseguiu chegar a número diferente sobre homicídios perpetrados no Estado de São Paulo. Diante do extraordinário achado, o dileto governador Geraldo Alckmin – que não pode deixar que plantem pêlo em ovo porque é candidato à reeleição e vinha sendo questionado por adversários – determinou a imediata recontagem dos mortos.
Excelência, fala sério: 500, 700 ou 1000? Interessa que isso é fruto da violência que o governo não consegue conter. A publicidade oficial engendrada pelo Palácio dos Bandeirantes quando da detenção de alguns sequestradores, acaba por escancarar a fragilidade da sociedade que paga um dinheirão para que Vossa Excelência, dignos deputados e privilegiados integrantes de primeiro, segundo e terceiro escalões cumpram com o dever de agentes públicos e ofereçam tranqüilidade para árdua luta dos contribuintes em busca da sobrevivência.
Pagamos muito e recebemos pouco, pode ser uma tecla desgastada, mas, verdadeira. Até quando? Logicamente, neste período eleitoral, muitos virão com a receita pronta e acabada para que, de repente, possamos viver bem, com qualidade, máxima segurança… depois de outubro, no entanto, tudo volta ao esquecimento. Essa gente que é escolhida através de nosso voto, infelizmente, só não esquece de cobrar os impostos. Hoje, custando um olho da cara. Alguns técnicos dizem que, a cada ano, trabalhamos três meses para pagar tais impostos. É desalentador, não é mesmo?
A laboriosa imprensa estampa, neste final de semana, que 29,5% dos assassinatos em SP são à luz do dia. Segundo as mesmas estatísticas policiais, 64,6% dos casos ocorrem de segunda a sexta-feira. E daí, senhores? O essencial é que não temos segurança.
Todos os senhores recebem e não entregam o produto desejado pela sociedade, essa a dolorosa verdade. Onde está a segurança, que seria dever do Estado para com os cidadãos-pagadores de impostos escorchantes?
Nos últimos dias, o noticiário dá conta de que “atualmente existem 11 pessoas sequestradas”, o que deveria motivar a vergonha dos governantes. Esse contexto serve como atestado de incompetência?