Na recente campanha, o então candidato Lula afirmou reiteradamente que vai inserir no mercado cerca de 10 milhões de trabalhadores. Mas, como vai cumprir a promessa se a maioria do povo está ficando sem dinheiro? Mais que alimento da discutível Fome Zero, senhores ilustres e nobres políticos, a família brasileira precisa de auto-estima, dignidade e fraternidade que são possíveis com um serviço remunerado. O país parando, com o dinheiro custando o olho da cara, qual empresário terá coragem de investir visando circular mais mercadorias e, conseqüentemente, abrir novas vagas? Daqui a pouco, como a máquina pública é gordurosa, a carga de tributos poderá ser aumentada. Pergunta-se: adianta cobrar 50 ou 80% de quase nada? Falta dinheiro no mercado e isso não deve ser ignorado. É meridiano, só paga imposto quem ganha e, hoje, quem está ganhando com tranqüilidade são apenas os banqueiros, não é mesmo?
A nossa carga tributária ultrapassa a da Suíssa: 36,45% do PIB – Produto Interno Bruto. Na fome do leão, o Brasil bate nos Estados Unidos (29% do PIB), Canadá (31%), México e Chile (22%). Só que, infelizmente, oferece muito menos ao contribuinte. E neste ano, o trabalhador (aquele ainda empregado, obviamente) vai dar 4 meses de seu ganho anual para os cofres públicos. É desestimulante…considerando, especialmente, o retorno em termos de serviços públicos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, o total de impostos aumentou 288% nos últimos 10 anos. A maior parte desse aumento (213%) ocorreu durante os 8 anos de FHC. O pior, caro leitor que tem estômago para acompanhar assunto nauseabundo como este, é que os impostos vão aumentar porque, contrariando a vontade dos parlamentares do PT e outros mais que fustigaram FHC para agradar o eleitorado, a tabela do Imposto de Renda não foi corrigida. Foram mantidas as alíquotas, com aumento da contribuição sobre consumo de combustível, do IPTU e ISS e o retorno da Taxa de Iluminação Pública (Araraquara) e ICMS do Estado. Enfim, tudo isso vai pesar no bolso da maioria dos contribuintes, os da quase extinta classe média que, ainda, teimam em ficar de pé.
Claro que é demais para a cabeça de qualquer cristão, mas, para cristalizar a escassez está chegando a majoração de energia elétrica, telefone, combustível e de outros mais, bem acima do aumento salarial de um conjunto de trabalhadores. Com certeza, a maioria não teve aumento nenhum.
Os pequenos e micro-empresários (que ajudam a sobrevivência de milhares de trabalhadores) estão acumulando dificuldades. Por isso, não podem emprestar mais dinheiro e, muito menos, abrir vagas. Não estamos querendo falar dos bancos que cobram juros sem-vergonhas…pobre de quem entra no cheque especial.
Para terminar, esperamos que algum deputado desta região central coloque em sua agenda uma luta séria e conseqüente para modificar a situação. E, com boa vontade, propor o fim desses reajustes a peso de dólar quando, a maioria dos pobres-mortais, convive com o real. Compraram as empresas brasileiras (algumas chegaram a usar dinheiro brasileiro) e, ainda, ganham o privilégio de cobrar tarifas à luz do dólar. Dizem que é a tarifa internacional e, assim, qualquer cuspidinha em terras dos Estados Unidos e Iraque nós, brasileiros, ficamos tossindo.
Isso é uma barbaridade. Será que algum deputado federal ou senador estariam preocupados com a gente?