Roberto Paulino (*)
Continuamos recebendo cumprimentos de todas as partes do Brasil elogiando temas que o Movimento Reage Brasil -“MRB” vem se empenhando, através dos artigos que venho escrevendo, o que tem respaldado nossa convicção de estarmos no caminho certo e que o nosso pensar representa o anseio de significativa parcela da sociedade brasileira. Isso nos motiva a seguir a caminhada em defesa da Cidadania e Justiça, da Pátria e da Família, da Educação e Cultura.
É muito o que tenho a dizer, e pouco o tempo para escrever. Mas me entusiasma, motiva e emociona saber do grande número de jornais que publicam nossos artigos, aos quais agradeço.
Dentre os contatos que me fazem, quero destacar o de um ‘internauta’ de Santos que leu um de meus artigos publicado pelo jornal ‘Tribuna de Santos'(devagar estamos indo longe).
Referido ‘internauta’ se interessou em conhecer o Estatuto do MRB, e após recebê-lo manifesta o desejo de instalar um Núcleo do Movimento na baixada santista. Juntamente com seus cumprimentos, informou-me sobre o projeto de lei do Deputado Aldo Rebelo em proteção e defesa do nosso idioma e da nossa língua pátria, a exemplo da sensibilidade e patriotismo já demonstrados pelo ilustre e batalhador vereador Paraná, também através de Projeto de Lei enviado à Câmara Municipal de São Carlos.
O português, no Brasil, está sendo conspurcado por hieróglifos que nos turvam a vista e enrolam a língua do povo com monstruosidades léxicas que não fazem o menor sentido e não têm a menor coerência além de demonstrar absoluta estupidez, irracionalidade e falta de patriotismo e de cultura de alguns que pensam estar esbanjando conhecimentos, e de outros que, travestidos de executivos, tentam esconder o oco e o vácuo de suas cabeças.
Aceito o uso de muitos vocábulos da língua inglesa mesclados à nossa, muitos dos quais foram até aclimatados, tropicalizados e hospedados em nossos dicionários como blecaute ou até mesmo forró, mas, difícil é ver nosso povo aceitar a dominação cultural desses últimos anos sem a menor necessidade e não fazendo qualquer sentido, ridicularizando a nossa língua no mais amplo entreguismo, chamando o intervalo para café de “coffee break”, ou caso (em estudo) de “case” e por ai afora.
Sei tantos palavrões em português, que o mais leve que posso usar aqui para não ser grotesco é dizer que isso é pura viadagem. Coisa de súdito, pobre metido a executivo ou a poliglota, ou a intelectual, ou a viajado. Na verdade coisa de besta que não tem a menor idéia de como se faz uma nação e se constrói um país; de quem não sabe sequer quais e quantos são os símbolos nacionais.
Vasculhando a internet para saber mais sobre o projeto do deputado Rebelo, encontrei um interessante artigo de Gabriel Perissé, quem plageio em algumas afirmações para poupar tempo e expressar minha concordância com algumas de suas conclusões:
Sem dúvida houve uma invasão lingüística com a substituição desnecessária de palavras da língua portuguesa por outras do idioma inglês que nada têm (ou tinham) a ver conosco: delivery, franchise, recall, happy hour, breakfast, coffee break (e o café é nosso)…
Todo mundo sabe, ou intui, que um povo é dominado pela língua. E como já afirmei, das dominações a cultural é a mais humilhante.
Esta invasão lingüística acompanha uma outra, sutil, dos conceitos e dos valores estrangeiros. Sim, a desnacionalização do idioma promove a desbrasileiração do próprio brasileiro.
Todavia, é bom não perdermos de vista que o amor ao próprio idioma não deve tornar-se xenofobia vocabular que proíba o ingresso, a permanência e a aclimatação de palavras estrangeiras. É difícil, para usar um exemplo surrado, falar em ‘centro de compras’ no lugar de ‘shopping center’,e isso porque estas palavras chegaram primeiro, trazendo em seu bojo a própria realidade (e novidade) que nomeiam. Questão de bom senso e a prova que faltava para dizer que não queremos radicalizar, mas muito menos permitir que nos coloquem os grilhões também na cabeça. Os espanhóis, em questão de idioma, são radicais mesmo, a ponto de pronunciarem Florida e Miami exatamente como se escreve e como nós também pronunciaríamos essas palavras em português se não macaqueássemos os americanos. Mas não sei se posso ousar dizendo que os espanhóis estão errados. Afinal foram eles que colocaram esses nomes, pois tudo aquilo era deles. Nem por isso posso concordar que chamem Elisabeth de Isabel.
O que desejo mesmo afirmar é que há em considerável parcela dos brasileiros um fascínio bobo pelas palavras do Tio Sam e que a desgraça maior está justamente na sutileza que disso decorre, pois acabamos de entregar quase todo nosso patrimônio ao capitalismo gringo e parece que estamos agora decidindo se vamos continuar com a nossa bandeira verde-amarela, azul e branco ou substituí-la por uma outra que tem sido muito usada nos últimos tempos em terras onde, dizem, Cabral um dia por primeiro chegou.
Reage Brasil, reage!
(*) É presidente do Movimento Reage Brasil e colaborador do JA.