Daiana Faloppa (*)
PRD-4 Rádio Cultura Araraquara: uma história no ar. Este é o título do trabalho de conclusão de curso dos alunos do 4º ano de Jornalismo da Uniara. O grupo que produziu o vídeo é formado por Ricardo Flóis, Carlos Eduardo Esteves, Marcelo Melloti Júnior, Richard Viviani e Patrícia Duó, que escolheram a Rádio Cultura como tema em função de a emissora ter completado 70 anos de atividades.
O fato de poder mostrar a trajetória de uma das rádios mais antigas do país, a primeira de Araraquara e a primeira FM do interior de São Paulo, estimulou o grupo a começar o trabalho de pesquisa para o projeto sair do papel.
O título “PRD-4” era o prefixo da rádio logo que foi implantada em 1932. Esses prefixos eram usados para identificar as rádios e se derivaram dos rádios amadores, servindo como um nome para a emissora. Segundo Ricardo, o título do trabalho faz uma fusão do antigo com o novo e atual.
O trabalho destaca dois momentos importantes dessa história: a Revolução Constitucionalista de 9 de julho de 1932, dois dias depois da rádio entrar no ar, fato muito marcante na trajetória que se iniciava, e o Decreto de Getúlio Vargas, também em 1932, permitindo a publicidade no rádio e garantindo, assim, a estruturação do rádio no Brasil. O vídeo, no entanto, não se limita apenas ao ano de 1932 e traça um paralelo ao desenvolvimento da rádio no ano de 1923, quando surgiu a primeira emissora de rádio no país, a PRA-2 Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, instaurada por Roquete Pinto. Alguns ferroviários que trabalhavam na Estrada de Ferro Araraquara conseguiram montar um receptor de rádio e captar a programação do Rio de Janeiro. Anos mais tarde, dois ferroviários apaixonados por rádio, José Araújo Quirino dos Santos e Alcides Alves Ferreira, montaram uma rádio experimental, nascendo assim a Rádio Cultura. O vídeo destaca também a importante contribuição e investimentos da família Lupo na estruturação da emissora.
O trabalho está dividido em seis blocos temáticos: Fundação e Contexto, Rádio Teatro, Discoteca, Departamento Artístico, Jornalismo e Esporte. Todos os blocos fazem uma visita ao passado e ao presente, mostrando como era e como é hoje. Toda a pesquisa foi feita através de jornais impressos da cidade, funcionários que trabalharam na rádio, um trabalho escrito pelo historiador Rodolpho Telarolli, que fez uma minuciosa e extensa pesquisa sobre a rádio e que não foi publicada. Poucas, mas importantes fontes vivas. Usaram de imagens o arquivo de fotos e alguns equipamentos antigos preservados até hoje na rádio. Como fio condutor do trabalho, o grupo optou pelo desenvolvimento tecnológico, acompanhado pela rádio ao longo dos anos.
(*) É do Núcleo de Produção Jornalística da Uniara.