Há muitos anos, o SÓS na gestão de Dona Ilse e Fritz Nyddeger realizou um projeto semelhante que concluiu apenas algumas poucas unidades. Com apoio público, o da Prefeitura de Araraquara é o primeiro e mostra que a união efetivamente faz a força. Não se trata de um clichê, mas, sintetizar o valor da união dessa gente que assenta a paz, a confiança, a fraternidade, o objetivo comum e a esperança em dias melhores a cada tijolo que se une a outro pela argamassa do amor. Isso é Páscoa, a passagem de uma carência habitacional para um teto que agasalhará a família, também unida pelas melhores emoções.
Cada mutirante vai adquirir uma casa com 45 metros quadrados, com sala, cozinha, banheiro e dois quartos, num terreno de 187 metros quadrados, cujo financiamento varia entre 36 e 68 reais.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, por meio da Coordenadoria de Habitação, iniciou o primeiro projeto de ajuda mútua para a construção de casas na cidade em setembro do ano passado. De acordo com o projeto, serão construídas 192 casas, no Jardim São Rafael II (bairro próximo ao Jardim Indaiá, zona norte da cidade), no qual são atendidas 66 famílias, com renda salarial de até três salários mínimos.
A prefeitura administra a obra e disponibiliza os recursos para a construção das unidades, com a doação dos terrenos e a infra-estrutura (água, esgotos, rede elétrica e iluminação). Já, o financiamento dos materiais para a construção é feito pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), com prazo de 25 anos.
“O processo de mutirão ainda tem outras vantagens, pois possibilita a formação profissional e o aprendizado de diversos ofícios ligados à construção civil, antecipa e discute os relacionamentos de vizinhança e a formação de uma comunidade que faz sua própria história, que se organiza e discute sobre os direitos e deveres dos cidadãos. Desta experiência pode surgir cooperativas de produção e geração de renda”, comenta Mara Gomes, coordenadora de Habitação.
O mutirão no Jardim São Rafael teve início com atividades relacionadas ao assunto, como vídeos, palestras e cursos profissionalizantes de pedreiro, encanador e pintor, oferecidos pelos fornecedores da obra. Os futuros moradores trabalham nos finais de semana para a conclusão das novas unidades.
Segundo a coordenadora, o projeto de construção de casas em regime de mutirão contempla todas as marcas da atual administração: inclusão social, participação popular e cidade moderna.
A prefeitura e a CDHU tem um acordo de construção de mais 800 unidades, no qual a contrapartida da administração é a doação dos lotes urbanizados e assessoria técnica de todo o processo.
