A notícia mostra que os prefeitos estão descompensados, altamente estressados e prontos, independentemente de partido, para se unir a fim de reivindicar providências saneadoras do governador. Daqui a pouco os governadores se unem e, em bloco monolítico, vão exigir mais dinheiro do presidente.
É de causar espanto que tais agentes políticos se mostrem fora da realidade, ignorem o que está ocorrendo aqui fora: com trabalhadores, desempregados, jovens à parte do mercado e empresários desesperançados.
Se todos recebem pela arrecadação do ICMS, se a circulação de mercadorias está devagar – quase parando – como os prefeitos e seus respectivos secretários da fazenda podem se arvorar no direito de estranhar a diminuição de repasses?
Prefeituras de 89 cidades gaúchas pararam nessa semana em protesto contra a queda do Fundo de Participação dos Municípios. Dias 7 e 8 de agosto, em Santa Catarina, 19 prefeituras vão fechar porque querem maior distribuição de recursos da União. Prefeituras do Paraná já fizeram paralisação e mais de 500 municípios de São Paulo prometem parar as atividades na próxima terça-feira, 5 de agosto.
Repetimos: o que esses agentes políticos querem? Acelerar as máquinas e imprimir mais notas de 100?
O que todos deveriam buscar e, postergam indefinidamente: a união para resolver os problemas dos trabalhadores, dos que foram demitidos, dos que não conseguiram entrar no mercado e dos que estão em vias de ser despedidos. Aqui reside o fato gerador da diminuição das parcelas do ICMS e FPM. O país precisa de desenvolvimento sustentado e todos os senhores políticos poderiam ajudar, economizando para que o povo pudesse esperar melhor futuro. Por exemplo: para que 534 deputados federais, sem falar dos senadores? Por que 94 deputados estaduais e tantos vereadores? Araraquara, só para ilustrar, tem 21 vereadores. Esse montante é para cidade com 1 milhão de habitantes, mas, ninguém faz nada em decorrência desse corporativismo odioso, medíocre e ofensivo ao estado democrático.
O país está louco, com problemas sociais pipocando porque o PT e aliados desfraldaram a bandeira do possível, da imediata distribuição de renda e outras “bravatas” (de acordo com a manifestação do presidente Lula) que todos testemunhamos. Mortes em profusão, invasões no campo e na cidade… e o grito fica mais alto e afinado com políticos que desejam levar vantagem com a desgraça: queremos moradia, queremos comida, queremos escola, queremos saúde, queremos salário digno e, esquecem de pedir e exigir educação, a fim de escolher melhor os que vão receber o cheque em branco para plainar nosso futuro.
A situação é delicada e os políticos pressionam dentro da hierarquia, mas, daqui a pouco vão chegar ao povo, com a sentença: você é culpado por não ter dinheiro para movimentar a nossa máquina administrativa.
Quer dizer, estamos perdidos e mal pagos.