Com agências internacionais
Um soldado israelense morreu e outros quatro ficaram feridos na madrugada desta terça-feira, quando uma bomba explodiu perto de Karni, uma das passagens entre a faixa de Gaza e Israel, segundo o Exército israelense. O confronto rompeu uma relativa calma na região desde a morte do líder Iasser Arafat, em 11 de novembro.
A explosão aconteceu quando as tropas israelenses passavam perto de uma fazenda avícola, pertencente a um palestino. Ataques aéreos, em resposta à morte do soldado, mataram dois palestinos, e outras sete pessoas. Dois adolescentes foram atingidos e ficaram feridos, informaram fontes palestinas.
O ataque palestino às forças de segurança israelenses detonou uma batalha entre entre supostos militantes e soldados a pouco mais de um mês da eleição para a presidência da Autoridade Nacional Palestina (ANP), prevista para 9 de janeiro.
Mahmoud Abbas [conhecido também por Abu Mazen], líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), vem tentado persuadir os grupos militantes a parar os ataques contra israelenses, para estabilizar a situação na região.
Os dois principais grupos extremistas islâmicos, Hamas e Jihad Islâmica, não fizeram nenhum acordo para garantir a tranqüilidade no território palestino.
“Resposta natural”
O Hamas reivindicou a responsabilidade pelos ataques de hoje. O comunicado do grupo dizia que bombas e minas foram colocadas no galinheiro, e detonadas com a aproximação dos soldados.
Musher al Masri, um porta-voz do Hamas, disse que o ataque foi “uma resposta natural aos contínuos crimes israelenses contra nosso povo [os palestinos] e contra nossos combatentes.”
Forças de segurança israelenses afirmaram que militares procuravam por um depósito escondido de armas quando houve o ataque.
Depois da explosão, forças israelenses foram deslocadas rapidamente para o local. Dois tanques e três escavadeiras avançaram sobre um campo aberto, a 200 metros de uma região residencial em Shajaiyeh.
Trégua
No domingo (5), Mahmoud al Zahar, um dos líderes do Hamas, rejeitou qualquer acordo de cessar-fogo com Israel. “Não há discussão sobre uma trégua agora”, afirmou.
“Nossa estratégia é liberar todo o território palestino [do controle israelense]”, disse o líder, referindo-se a Cisjordânia, Gaza e Israel.
Hassan Yousef, líder do Hamas na Cisjordânia, disse na sexta-feira (3) que o grupo aceitaria a criação de um Estado Palestino que envolvesse a Cisjordânia e Gaza, além de um acordo de cessar-fogo com israelenses, sinalizando uma abertura ao fim da hostilidade entre os dois lados.