Embora seja tema do maior interesse público, a autorização da CTA para que a Paraty pudesse usar algumas linhas não tem merecido nenhuma atenção dos vereadores. Os legítimos defensores do povo não encontraram, ainda, tempo para esse tema. Pelo jeito estariam desprezando, jogando ao vento o preceito constitucional de fiscalizar atos do Executivo. A CTA é nossa, sabemos. Muitas verbas foram liberadas, ao longo de sua existência. Dinheiro dos cofres oficiais de Araraquara, do Estado e da Federação. Mas, sempre tendo como fonte geradora o bolso do sofrido contribuinte. Vários convênios assinados, com aquiscência dos vereadores, até para receber um punhado de ônibus. Enfim, a CTA que parecia independente, dentro do desejo expressado pelo saudoso Romulo Lupo quando da sua fundação, hoje é norteada pela vontade do prefeito ou de seu partido. É só pensar como o presidente da CTA tem sido escolhido… A Companhia Tróleibus Araraquara, que dentro de poucos anos será todinha da Prefeitura Municipal, não pode ser administrada como se fosse deste, daquele ou de um grupo. Merece cuidado maior, obedecendo-se às normas legais.
Não venham com a conversa de que a CTA é particular e não deve satisfação a ninguém.
Quando se fala em aumento do preço no transporte coletivo, algum vereador, integralmente comprometido com essa linha de raciocínio, questiona a entrega de percursos rentáveis à Viação Paraty?
E se a CTA abriu mão (Sic) dessa arrecadação (uso de linhas mediante pagamento de certa quantia de dinheiro), a Prefeitura que é dona da permissão pode ficar alheia à suposta falha administrativa?
A permissão, legalmente oferecida à CTA com a essência social, tem custo, sim! Ao final dos 50 anos, todo o seu acervo será do município. E, com o pagamento que a Paraty deveria fazer à CTA seria necessário cobrar mais de trabalhadores e estudantes que, como os demais brasileiros, estão economicamente enlatados e milhares sem emprego?