Empresário, via-de-regra, significa o patrão desumano e ganancioso que visa levar vantagem em cima do trabalhador para ficar mais rico. Uma espécie ignominiosa que chupa, com canudinho, o sangue do colaborador. Esse trabalhador, abençoado por inúmeros benefícios que dificultam a contratação de outros, tem na ponta da língua a resposta ao ser informado que a empresa contratante enfrenta problema de fluxo de caixa, até por comprar em dólar e vender em real e outros fatores econômicos: “se eu não participo dos lucros, não posso ser lesado na hora em que você está em dificuldade”. Esse trabalhador cumpre a sua obrigação, mas, só. Sem o espírito de solidariedade, companheirismo para enfrentar a barra, sem criatividade para agregar valores à sua produção, explode: “se não pode continuar, pague meus direitos e tudo bem”.
O empresário, de outra parte, sente-se no prejuízo, com barreiras sérias que exigem maior dedicação e pedido aos céus para não encerrar as atividades e engordar as estatísticas dos desempregados.
É certo que esse empresário também trabalha para fortalecer os laços sociais e de aproveitador não tem nada. Na atual conjuntura ambos, trabalhador e empresário, poderiam ser mais generosos para, juntos, enfrentar o desafio e mergulhar em dias melhores.
Ou, ainda hoje, todos os empresários vestem a camisa do capital para usar a força do trabalhador numa relação inamistosa e canhestra?
Negociar, com o coração aberto, é a saída para os dois pilares, neste momento dedicado de escassez. Fartura, só no ápice da pirâmide. E lá, certamente, encontram-se poucos empresários, dos quais, 99% são banqueiros de sucesso.