O que é público é de todos!

Humberto Gouvêa Figueiredo (*)

Muito provavelmente em decorrência do processo histórico de colonização a que fomos (brasileiros) submetidos, foi gerada uma cultura individualista, com pouca profundidade no senso coletivo. Os portugueses quando para cá vieram se limitaram a explorar nossas riquezas, levando tudo para Portugal.

As nossas riquezas não eram valorizadas aqui. Daqui eram levadas e o que era “nosso”, na verdade passava a ser “deles”.

Criou-se então uma lógica de que aquilo que não nos pertence não é importante, não vale nada.

Ao longo dos tempos esta forma de pensar foi se acentuando e o conceito do valor do bem coletivo foi cada vez mais deixado em segundo plano, sendo tratado como bem de “segunda categoria”.

O que é “público”, seja um instrumento urbano, uma praça ou um telefone, nos dias de hoje não é reconhecido como algo que pertence a todos. Ao contrário, é visto como um bem que não pertence a ninguém, que não tem dono e que, em conseqüência, não merece ser cuidado ou zelado.

A importância de alinhar a lógica correta, ou seja, reconhecer o público como o que é de domínio de todos é de fundamental importância para avançarmos no campo social, político e econômico

Se as pessoas, de forma coletiva, se apropriarem dos espaços e bens públicos, sentindo-se deles proprietários de fato, teremos um menor número de ocorrências de dano ao patrimônio, melhor qualidade de vida em nossas praças, telefones em condições adequadas de funcionamento para conversarmos com um parente querido ou para pedir socorro à polícia.

Enfim viveremos melhor e seremos mais felizes.

Devemos valorizar o que pertence a todos. É fundamental raciocinar desta forma pelo fato de que o público sempre será maior que o privado. Por maior que possa ser o jardim de sua casa ele nunca será maior que uma Praça Pública; por mais telefones que possamos comprar e termos em nossa casa, nunca será em quantidade superior aos “orelhões” que vemos na cidade. Sem contar com o fato de que passamos boa parte de nossa vida fora de casa, freqüentando os espaços públicos: uma razão por si só suficiente para nos sentirmos donos dele!

Um tema tão importante deve ser estimulado na sociedade: desde os primeiros anos no banco escolar, até em reuniões bairros, nas comunidades religiosas, entre inúmeros outros fóruns coletivos, fazer com que todos reflitam sobre a importância do PÚBLICO é fundamentalmente relevante para a construção de uma sociedade com valores, mais justa, mais pacífica e ordeira.

Comecemos fazendo a nossa parte denunciando quem está danificando o que é nosso!

Depois, “ganhemos” um pouco de nosso tempo ajudando a manter limpa uma praça, auxiliando na pintura de uma escola, fazendo a manutenção em um conjunto esportivo.

Estaremos dando passos largos para uma vida melhor para nossos filhos, netos, bisnetos…..

(*) Capitão da Polícia Militar, Coordenador do Projeto de Implantação da Guarda Municipal e colaborador do J.A

E-mail: hgfigueiredo@horizon.com.br

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