Uma euforia, alegria verdadeira saiu do fundo do coração de homens e mulheres acotovelados na praça dos Três Poderes. A chuva foi uma bênção de Deus para lavar a alma do povo. A política representativa estava se processando de forma simples, bonita e envolvente. A rampa foi subida não somente pelos 52 milhões de brasileiros que votaram em Lula. 170 milhões, que formam este país, acreditam e têm esperança em dias melhores.
O colorido da democracia foi realçado pelo vermelho, mas, o verde da esperança estava no rosto daquele conjunto de pessoas. Lula, o líder, desfraldando a bandeira do povo. O país respira ar que vem da base do triângulo, da pirâmide social. É o representante do proletariado, o retirante do nordeste que sabe o que representa a fome, que tem o poder nas mãos. Lula, finalmente o presidente, depois de três tentativas. É o povo sentindo-se chefe da nação. O abraço e o afago de trabalhadores brasileiros, tornando inoperante o serviço de proteção dos policiais.
Ano novo é diferente, sim. Como disse o presidente Lula: hoje, é o reencontro do povo com a auto-estima. O que é bom e salutar, mas, tem data marcada para que os resultados apareçam. E o mesmo povo que vibrou, com entusiasmo sem limites, vai saber cobrar.
A população está politizada. Entende de economia, participou de um sai de banda do presidente Collor, lutou pelas eleições diretas e sabe que é detentora de poder. Esse poder que, agora, é entregue ao Lula para que, em seu nome, governe. E governe muito bem, eliminando os corruptos e promovendo a melhor distribuição de riqueza. O combate a fome é indício de que haverá mais fraternidade.
Dess’arte, o povo está pronto para lutar e avaliar, sem paixão desenfreada, o governo emanado diretamente de si. Há 40 anos não se via um agente político eleito pelo povo passando a faixa presidencial em outro, também eleito diretamente pelo povo. Um fato deveras importante à democracia brasileira, à nossa Pátria que somos todos nós e cada um tem direito à palavra e associação.