Nova terapia pode reduzir o transplante de córnea

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Pesquisadores indicam como escapar do transplante. Levantamento mostra que 25% negligenciam acompanhamento oftalmológico.

Descoberta de pesquisadores do departamento de Oftalmologia da faculdade de Medicina de Harvard publicada no The American Journal of Pathology revela que a administração do neuropeptídeo hormônio estimulador a-melanócitos (a-MSH), previne o edema e a opacidade da córnea, além de limitar a morte das células de sua camada interna, conhecida como endotélio. Os pesquisadores afirmam que o estudo evidencia o potencial terapêutico deste hormônio para uma ampla gama de distúrbios oculares, como a Distrofia de Fuchs, uma doença comum e indicação para transplante de córnea, bem como outros distúrbios do endotélio da córnea que levam ao inchaço da córnea.

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier de Campinas, a descoberta é um grande avanço porque até hoje não há outras terapias capazes de recuperar as células endoteliais da córnea. Pior: são elas que respondem pela transparência e regulam o equilíbrio de fluido da lente do olho.

Fatores de risco

O especialista esclarece que várias condições podem opacificar a córnea e levar ao transplante. “É importante reconhecer esses fatores para adotar medidas preventivas quando possível” afirma. Os principais elencados pelo médico são:

  • Ceratocone – É o fator de risco de maior prevalência. Levantamento realizado no Penido Burnier mostra que ¼ dos pacientes não mantêm acompanhamento oftalmológico regular. Por isso correm maior risco de transplante de córnea, afirma Queiroz Neto. A condição, explica, causa mudanças estruturais na córnea, afinamento, protrusão e dilatação da porção central. Por ser progressivo, responde por 2 em cada 3 transplantes no Brasil. A recomendação da Academia Internacional de Ceratocone é de exames trimestrais até os 18 anos, período em que a progressão é mais rápida. O oftalmologista explica que nesta fase o paciente pode ser submetido ao crosslinking, cirurgia ambulatorial que interrompe a progressão. A técnica reforça das ligações de colágeno da córnea através da aplicação de ultravioleta associado à vitamina B2, afirma.
  • Genética: O oftalmologista ressalta que as distrofias na córnea, como a distrofia de Fuchs, têm uma predisposição genética. Se há histórico familiar dessas condições, o risco de precisar de um transplante de córnea aumenta.
  • Trauma ocular: No mundo todo, metade da cegueira corneana unilateral é causada por lesões mecânicas ou químicas. Queiroz Neto destaca que as cicatrizes e o edema da córnea são as duas principais doenças na córnea que levam à perda significativa da visão, sendo este último a indicação para mais de dois terços dos procedimentos de transplante de córnea.
  • Uso incorreto de lentes de contato: Má higiene, uso durante o sono, lentes vencidas, manter o mesmo estojo por mais de 3 meses, lentes mal adaptadas, aumentam o risco de opacificação da córnea e necessidade de transplante de córnea.
  • Uso prolongado de corticosteroides tópicos: para tratar condições oculares aumentam o risco de desenvolver glaucoma e, portanto, danos nas células endoteliais.
  • Doenças infecciosas: Infecções oculares, como herpes ocular, podem prejudicar a integridade das células endoteliais.
  • Fatores ambientais: A exposição prolongada à radiação ultravioleta (UV) sem proteção adequada contribui para danos nas células endoteliais.

Queiroz Neto ressalta que um ou mais fatores de risco não garante o desenvolvimento de danos nas células endoteliai. e a interação entre esses fatores pode variar de pessoa para pessoa.

Sintomas

Os principias sintomas que indicam danos nas células endoteliais da córnea e risco de transplante enumerados pelo oftalmologista são:

  • Visão embaçada: Decorrente do acúmulo de fluido na córnea, resultando em visão embaçada.
  • Halos ao redor das luzes: Decorrente da falta de na itidez da sua visão, especialmente durante a noite.
  • Fotofobia (sensibilidade à luz): Aumento da sensibilidade à luz e intolerância a locais muito iluminados
  • Desconforto ocular: Dor ou uma sensação de corpo estranho nos olhos.
  • Redução na acuidade visual: À medida que os danos nas células endoteliais progridem.
  • Edema: O edema é caracterizado pelo acúmulo de fluido na córnea, pode levar a edema na córnea e afetar a visão.
  • Mudanças na forma da córnea: Em casos avançados de ceratocone podem ocorrer mudanças estruturais na forma da córnea.

Prevenção

  • Exames oftalmológicos regulares: É crucial para detectar precocemente qualquer problema nas células endoteliais ou outras condições oculares. Exames regulares podem ajudar a monitorar a saúde ocular e intervir precocemente, se necessário.
  • Proteção ocular: Utilizar óculos de ao praticar esportes ou atividades que apresentem risco de trauma ocular pode ajudar a prevenir lesões que possam afetar as células endoteliais.
  • Cuidados com lentes de contato: Se você usa lentes de contato, é importante seguir as orientações do seu oftalmologista quanto ao uso adequado, limpeza e substituição das lentes. Má higiene ou uso prolongado inadequado pode aumentar o risco de complicações na córnea.
  • Evitar autodiagnóstico e automedicação: Se você notar sintomas oculares ou alterações na visão, é fundamental procurar a orientação de um oftalmologista em vez de tentar diagnosticar ou tratar a situação por conta própria.
  • Controle de condições sistêmicas: Manter sob controle condições médicas subjacentes, como diabetes e hipertensão, ajudar a prevenir complicações oculares que podem afetar as células endoteliais.
  • Evitar o tabagismo: O tabagismo está associado a uma série de problemas oculares, incluindo o aumento do risco de doenças que podem afetar a córnea. Parar de fumar pode contribuir para a saúde ocular.

(LDC Comunicação)

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