CTA de Araraquara, Eletropaulo da capital e as usinas de açúcar e álcool da região batalham para adotar máquinas e se esquecem da gente, do trabalhador que, além de consumidor, é um chefe de família lotadíssimo de responsabilidade social.
Eletropaulo já está testando conta de luz pré-paga na capital, no sistema “Cash power” que está instalado em quase 3 mil domicílios paulistanos.
Esse sistema permite ao consumidor ter controle sobre a quantidade de energia que pretende usar por mês. Após a instalação do aparelho em casa, o consumidor recebe uma senha para pedir determinada quantidade de energia. A empresa envia, por meio do aparelho, a carga solicitada.
Dispensa
O aparelho notável, da mais alta tecnologia, que dispensa a leitura dos tradicionais relógios de luz, também avisa quando a carga está acabando.
A diferença é que o consumidor recebe a conta 10 após a compra e não precisa dos tradicionais leituristas. Economia de mão-de-obra.
Vale dizer, mais e mais a máquina toma o lugar do homem e, no caso, seria pertinente perguntar: no futuro, considerando que a máquina realiza quase tudo, quem vai ser o consumidor?
Se for aprovado pela Eletropaulo, pouco depois, com certeza, estará nas demais e, inclusive, na da região, a CPFL.
Corte de cana
Na região, as extraordinárias e produtivas máquinas-cortadeiras (que não precisam de descanso remunerado, não têm dor-de-cabeça e nem exigem direitos trabalhistas) propiciam a economia de 60 homens. A pergunta para os usineiros e líderes sindicais que, ao que parece, têm vergonha de lutar contra os fortes: o que será feito de um contingente formado por milhares de chefes de família?
Enfim, mais consumidores colocados à margem do consumo, “o que é uma bruta incongruência e, por isso, a violência aumenta sobremaneira”, diz analista ouvido pelo JA.
Cobradores
Na esteira de atitudes chamadas de inteligentes, brilhantes, mas, nada humanas e nem um pouco solidárias, também se encontram os cobradores do transporte coletivo de Araraquara. Eles estão no fio da navalha.
O presidente, escolhido pela força política do PT que saiu vencedora das urnas democráticas, tem falado pela imprensa que as catracas custarão 27 mil por mês, mas, “os cobradores não serão dispensados porque serão transformados em fiscais dos usuários e venderão, também, cartão magnético”.
Vale dizer, os cobradores vão continuar em seus postos e as catracas vão sangrar os cofres da CTA, mensalmente. Ah! Se tal decisão fosse tomada numa empresa particular, sem as bênçãos de políticos, poderia dar dispensa por justa-causa. Ou não?
Passagem mais barata para o trabalhador
Se existe dinheiro sobrando, por que não diminuir o preço da passagem? Ainda mais com a queda vertiginosa do dólar que balisa pneus, tinta, combustível, lubrificante…
Essa a questão que deveria chamar a atenção dos nobres vereadores de Araraquara.
Os ex-prefeitos Massafera e De Santi tiveram a presença arguta de Edson Antonio da Silva (hoje, o nosso prefeito). Edinho Silva, felizmente para ele, não tem ninguém na Câmara Municipal com conhecimento, criatividade e vontade política de ser oposição, isto é, um fiscal atento aos atos administrativos, pronto para cumprir o mandato durante as 24 horas.
Prefeito
Edinho da Silva, cuja pesquisa de opinião pública coloca-o como, praticamente reeleito com ampla margem (se as previsões se mostrarem reais dentro de poucos meses), ainda não falou nada sobre os cobradores da CTA e o ato da diretoria em asseverar que as catracas vão custar 27 mil por mês, “mas ninguém será dispensado”. Nem o vereador Bandeira, presidente do sindicato da categoria, falou.
“Podem brincar com a nossa inteligência, mas, o povo não é burro e saberá dar o troco”, disse o nosso analista.
No período dedicado aos trabalhadores, por que o prefeito Edinho não fala? A diretoria está subordinada à sua vontade política. Trata-se de uma SA, mas, a prefeitura tem a maioria de ações conhecidas. Quer dizer, tem o domínio administrativo da empresa e, portanto, poderia dar um basta às, s.m.j., aleivosias diretivas.
O povo está de olho…aberto.
Contraponto
O prefeito Edinho tem um esquema inteligente, objetivo e sem margem para erro: a comunicação diária, via rádio. Tem também o jornal que, nesta semana, trouxe encarte político-partidário patrocinado por empresas prestadoras de serviço ao Município. Nada a reverberar, claro.
Isso é sinal de competência, como foi dito, sem a preocupação de rotular de certo ou errado. Esse papel pertence aos vereadores e ao Ministério Público, o advogado do povo. O grande problema – continua nosso analista – é que a outra parte da sociedade não tem tempo e nem interesse em construir um contraponto, o outro lado da moeda, a outra ótica da verdade. E, sabemos, qualquer meia verdade, para não dizer mentira, repetida diariamente passa a ter sabor de verdade absoluta.
Então, não adianta chorar…Edinho tem competência, sabe agir e atuar no campo eleito como sua realização pessoal e grupal e, como é público e notório, nada de braçadas no rio de alguns peixes encastelados, fechados por cadeado de capim.
Resta, como última análise, a história que vai, sem emoção, cobrar atos e omissão.
Eleição
Se a eleição fosse hoje, Edinho poderia aproveitar as praias e degustar alguns filés e camarão 7 barbas, tendo pirão de batata e arroz como moldura. E, depois, viria a tempo para festejar com os companheiros. Os outros candidatos, que não trabalharam e se louvaram em passado de glória, com elevado espírito público, fariam fila indiana para abraçar o novo mandatário. (g.polezze)