O céu continua azul e bem claro, não há nem projeto de chuva. Há sim, um pouco de vento que mexe com as folhas e deixa o quintal meio sujo. É um trabalho para a secretária logo que chega em casa pois a patroa gosta de tudo limpinho, pois, assim é a sua casa: tudo limpo e no devido lugar. O apagão se foi e espero que nunca mais volte e me deixe em paz.
Cada dia que passa eu me sinto melhor, mesmo lotado de remédios que os tomo de manhã, tarde e noite. Não há nenhuma interferência no meu estômago: é como se eu nem os tomasse. Foram os médicos especialistas que me receitaram e daí deu tudo certo. Estou como se nada tivesse sofrido, depois do inferno passado nos hospitais. Não por eles mas pelo meu estado que era péssimo. Não posso carregar peso e nem subir escada. A minha casa é toda térrea e os meus movimentos são bem devagar. Até que receba alta posso, inclusive, dirigir com cuidado. Nada de exagero, alimento-me a cada duas horas e já emagreci 25 quilos que fizeram bem para a minha saúde e a minha aparência. As pessoas que me encontraram e sabem o que passei, nem acreditam no meu estado atual e dizem de boca cheia que eu estou ótimo. Graças a Deus, aos médicos e aos seus remédios. Tenho um convite de um dos filhos pra que eu e Ana fôssemos para Manaus, com tudo pago: avião, comida e outras coisas mais. O outro filho viria me buscar para que pudéssemos passar uma temporada na sua casa à beira-mar, com todos os atrativos: lanchas, esquis e outras coisas mais referentes ao mar, além da boa comida marinha. Aliás, os dois e um terceiro, de Santos, viriam nos buscar para uma temporada. A minha filha queria que eu ficasse na sua casa, em condomínio fechado de Ribeirão Preto: piscina particular, segurança e tudo o mais.
Mas, nesta altura, tudo fica em projeto pois estou em plena recuperação. Não tive alta ainda e, portanto, preciso esperar. Quando for liberado, estes sonhos podem ser realizados numa boa, quero conhecer o Rio Amazonas e toda aquela parte do Brasil se Deus me der tempo para isso eu espero que sim. Quero voltar a pescar no Náutico e na fazenda de um grande amigo em Goiás, onde já pesquei muito e valeu a pena. Mas, por enquanto, a viagem é muito longa e estou proibido de fazê-la. Há mil coisas que ainda pretendo fazer, mas, o tempo é que vai determinar se faço ou não. Na realidade o que mais me importa no momento é montar um centro de atendimento a quem precisa, o mesmo que fazia há muitos anos e tive que parar. O Exú me prometeu uma casa na fonte, onde pudesse fazer tudo o possível para ajudar os outros… e, como o tempo dele não é o da gente, é preciso esperar a sua vontade. Se é que ele vai me dar como prometeu. Detalhe: até hoje, ele nunca falhou nas suas promessas…