Nhô Pedro

Quantas vezes eu me pergunto, nas horas de desespero: por que não você que tinha tudo pra ser aquela que encheria meu coração de ternura e minha alma de paz? Deixei-a por outras que só aparentemente me amavam e diziam coisas que eu gostava de ouvir. Embora, por vezes, fossem mentirosas, sem sentido, ditas simplesmente por dizer. Eram coisas da época, que qualquer menina decorava, e com certeza diziam para todos. Eram palavras comuns mas, que no momento tinham lá o seu grande efeito. A gente ouvia e acreditava. Quantas vezes nesta longa existência eu paro, me pergunto e ainda busco resposta: se tinha tudo, até em excesso com você, por que procurar em outros lugares? Será que a culpa é da família? Das tradições da época? Daquilo que a gente acreditava, embora ficasse longe da realidade? Eu amei você mais que tudo na vida. Eu me perdia nos seus olhos puxados, com aquela cor de carinho e ternura. No teu lindo rosto, em suas expressões verdadeiras, quando dizia que me amava também. Existiam dois mundos: um com você e o outro com as outras, ou com a tolice da juventude, onde mais impressionava uma postura, uma família importante e uns diplomas que, com o tempo, descobri que de nada valiam. Era só representação, ilusão, mentiras e aparências. Quando meu amigo, lá no 22, jogava lança-perfume nos seus lindos olhos e você se juntava mais a mim como que pedindo proteção, eu me perdia no momento e não queria voltar para a realidade. Era muito bom tê-la tão perto de mim. Como se tivesse no céu, ou num lugar onde só a gente poderia chegar por amar. Quantas noites você esteve nos meus braços? Toda minha. “Toda minha”, na época, era coisa do amor. Uns beijinhos, um toque aqui, outro ali e nada mais. Era uma sensação de leveza de distúrbio mental. De ter tudo e nada ter. De querer só amar e, se fosse o caso, morrer… Isso não aconteceu só uma vez, foram anos e mais anos, sempre no carnaval. Era quase um mês de alegria e esperança. Era um toque nas suas tranças. Era um encontro aqui outro acolá e aquela vontade louca de ficar. Acabava o carnaval e você se ia para aquele maldito São Paulo. E eu ficava aqui, entre outras mulheres, procurando o que nem sequer existia, pois, só você sabia me dar com tanto carinho e amor. O mundo mudou tudo e novamente nos encontramos, quando fui morar na capital. Mas aí, era tudo diferente: você tinha a sua nova família e eu a minha. Mas, o amor não nos deixou nunca e perdemos novamente a oportunidade de sermos felizes um com o outro para sempre.

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