Nhô Pedro

Foi assim: quatro anos de festa e carnavais. Era um mundo completamente diferente, cheio de luz, marchas e sambas carnavalescos. Aquele clube era um êxtase e as amizades floriam e se confirmavam a cada ano. Além do carnaval, tinha uma piscina no clube que a molecada freqüentava. Tinha um trampolim, que há muito havia iniciado e nunca acabava. Eu ficava escondido em sua base, logo depois do almoço, esperando uma turquinha chamada Julieta que lá ia, à tarde, nadar. Quando passava perto do trampolim, a gente que tinha um belo fôlego, mergulhava e ia passar as mãos na bunda dela, numa boa. Parecia que ela gostava, pois nunca reclamou para ninguém. Parecia que aquelas passadas de mãos nem existiam. Havia, ainda, aos domingos, matinês na sede do clube e lá estavam os amigos e as amigas para dançar o que logo se transformava em carnaval, e era a festa! A mãe do meu professor de francês morreu no fim do ano e ele sumiu da cidade. Fizemos os exames sem ele e passamos numa boa. Quando o rio São Domingos enchia, todo o quintal da fábrica de gelo ficava lotado de água e íamos nadar no meio dos eucaliptos, uma folia sem igual. Tinha um tanque no tal rio, que chamava-se formigão. E quando a gente enforcava a aula era lá que íamos nadar. Uma das vezes tomei um carreirão de bois da fazenda vizinha, tive de pular no rio de roupa e tudo. Alguns moleques morreram nesse tanque. No fim da tarde fazíamos uma jangada, com paus que se encontravam à beira do rio, e de dois em dois, cada um na sua, descíamos o rio até à cidade, onde nadávamos e chegávamos à escola antes do encerramento das aulas. E voltamos para a casa numa boa. O rio era muito piscoso, e sempre que podíamos pescávamos e levávamos para casa grande quantidade de peixes: lambarís, piavas, tebaranas, mandís e outros mais. E o tempo passava. Arrumei uma namorada que se chamava Jacira, foi paixão de menino com toda força que poderia ter tido reciprocidade. Namorávamos no coreto do jardim da praça principal, escondido da família dela. Frequentávamos festas caseiras onde namorava-se muito. Eram festinhas com comes e bebes e depois dança. O grupinho era sempre o mesmo, cheio de meninas e meninos. Era muito bom Catanduva nessa época.

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