Na casa do meu avô, em frente à Igreja de São Benedito onde todos fomos criados e bem tratados por minha avó e tias, havia duas garagens cobertas e fechadas e delas até ao portão de entrada uma grande parreira de uva, o charme do fim-de-ano. Em baixo dela eram realizadas as festas de família, inclusive, os casamentos de filhas e netas. Ao lado da área, um grande terreno com quatro campos de bocha e, ao fundo um fogão à lenha para confecção de doces e torrador de café e, de outro lado, o banheiro usado pelos clientes do armazém.
Depois desse quintal, outro terreno com muitas árvores frutíferas e uma casinha ao fundo que ocupava um quinto da área. Nela havia funcionado uma escola estadual. Havia, também, um chiqueiro de porcos de raça que meu avô vendia para todos os cantos do país. Ao lado dos porcos, num chiqueiro calçado e bem limpinho, havia muitos pés de banana prata e nanica, figo, jaboticaba, marmelo e jambo.
Depois da rua detrás, outra área de meu avô onde tinha uma vaquinha – que dava leite para toda família – um cavalo e mula, dessas bem robustas.
A casas de meu avô era uma chácara cheia de plantas e hortaliças, além de folhas curativas usadas como remédio. No segundo quintal, onde havia uma cozinha, tinha outra dependência com latas de banha para guardar carne e muitas frutas esparramadas pelo chão. Era o cheiro da vitamina e funcionando sob o comandado de meu avô que sabia xingar em português, latim e italiano.
Na chácara havia de tudo e, claro, não podia faltar as galinhas e minha criação de coelhos. Era linda e farta, tinha de tudo mesmo e, nesse céu, fui criado e muito querido por eles.