Mariazinha chegou à Fazenda Piratininga, na anca da mula. O dono daquela fazenda havia feito uma viagem ao Mato Grosso em busca do gado de leite e, no caminho, encontrou a moça que passou a ajudá-lo na pousada das reses. Ele, viúvo, se encantou com ela e convidou-a para ser sua mulher. Ela, sozinha no mundo, ficou feliz, muito feliz… Juntou seus trens, que eram bem poucos, e rumou para Goiás. Vibrando com a nova vida.
Eram mais de dez, os homens da tropa. Mas, como gostavam do patrão trataram a moça como fada. Ela mudou de vida, com o casamento sendo realizado na fazenda. Antes, no entanto, chegou a amar aquele homem que a tratou com tanto carinho. Foi ele quem a levou à cidade mais próxima para comprar tudo que uma rainha tinha direito. O casório foi comemorado em toda a região. O fazendeiro era muito conhecido e querido.
A felicidade causava inveja em todo mundo.
Ele não abandonou a rotina de comprar e vender gado e, no retorno, trazia sempre novidades. Um dia a novidade foi contada por ela: estava grávida. Um filho querido, esperado…
NO tempo certo, nasceu…somando-se aos três que ele tinha, já grandes e admirados naquela casa. Mas, esse era diferente. Era filho da nova esposa.
Um dia o fazendeiro partiu para nova aventura e nunca mais apareceu dando origem a muitas histórias, todas confiáveis.
Hoje, passados 100 anos com a Piratininga nas mãos de outro dono, uma casa nova foi construída bem no lugar da velha que dava para o curral e permitia enxergar tudo o que acontecia ao redor.
Nas noites, com tudo apagado, consegue-se ver na área aquela moça embalando a criança à espera do marido. Andando de lá para cá, nervosa e ansiosamente, como se tivesse certeza do retorno…