Folha Online
O empresário e ex-deputado federal Sérgio Naya prestou depoimento durante uma hora e meia, na tarde desta quinta-feira, na 34ª Vara Criminal do Rio. Ele teve a prisão preventiva decretada e é acusado de falsificar documentos públicos.
Mostrando-se cansado e irritado, Naya negou a acusação e se disse “injustiçado”.
Preso desde a madrugada de segunda, ele teve pedido de habeas corpus negado pela desembargadora Maria Helena Salcedo, da 5ª Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio.
Sérgio Naya
Naya foi detido pela Polícia Federal no Rio Grande do Sul, no aeroporto Salgado Filho, ao tentar embarcar para Montevidéu, no Uruguai.
Naya deverá ser ouvido pelo juiz Cairo Ítalo França David, em exercício na 34ª Vara Criminal do Rio, que decretou a prisão preventiva do ex-deputado no último dia 11.
Os promotores Maria Luiza Cabral e Rodrigo Terra pediram a prisão de Naya e acusam o empresário de tentar falsificar documentos públicos, ao se utilizar de uma escritura de venda falsa para garantir a venda de uma fazenda em Minas Gerais a um empregado.
A venda da fazenda estava bloqueada para pagar indenizações das vítimas do Palace 2. O edifício desabou em fevereiro de 1998, matando oito pessoas. Naya era proprietário da construtora responsável pelo prédio. Apenas dois dos 176 proprietários dos apartamentos destruídos receberam indenização.
A prisão de Naya já havia sido pedida pelo promotor em fevereiro deste ano, mas foi negada pela Justiça. Logo após o pedido, segundo Terra, o empresário “continuou tentando falsificar documentos”.
Esta é a segunda vez que Naya é preso. Ele esteve detido entre 15 de dezembro de 1999 e 11 de janeiro de 2000, quando conseguiu a revogação da prisão.
Naya disse que iria para o Uruguai para realizar um empréstimo de US$ 5 milhões para pagar as indenizações às famílias das vítimas do Palace 2.